Cerca de 35.000 belgas foram às ruas neste domingo em Bruxelas em defesa da unidade da Bélgica, mergulhada em uma crise sem precedentes que expôs ao mundo o temor de uma eventual separação entre francófonos e flamencos.
Aos gritos de "Bélgica, Bélgica!" ou "Viva o rei", estes manifestantes desfilavam com bandeiras nacionais nas cores preta, amarela e vermelha, reunindo-se em seguida num dos parques de Bruxelas para uma festa "à la belga" com salgadinhos, cerveja e concertos.
A jornada ocorreu sem incidente, apesar da detenção de 15 nacionalistas flamencos durante contra-manifestação diante do palácio real.
"Pela unidade", diziam os cartazes trilíngües (francês, holandês e alemão, os três idiomas oficiais do país), levados pelos manifestantes em passeata no centro da capital belga. A manifestação começou às 11H00 locais (10H00 GMT).
O protesto foi organizado por iniciativa de Marie Claire Houard, que divulgou uma petição em prol da unidade do país, recolhendo 140.000 assinaturas de apoio em três meses.
Mais de cinco meses depois das eleições legislativas, os partidos políticos flamencos e francófonos da Bélgica não conseguiram chegar a um acordo quanto à formação de um governo, devido às diferentes opiniões que sustentam acerca do grau de autonomia exigido pelo primeiro grupo.
A Bélgica vive a mais grave crise política de sua história. Os desentendimentos entre flamencos e francófonos, divididos sobre a autonomia exigida pelos primeiros, maioria no país (60% da população), impedem com efeito a formação de um governo desde as eleições legislativas de 10 de junho.
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