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Ucrânia

Milhares de pessoas se manifestam a favor do federalismo no leste da Ucrânia

Milhares de pessoas se manifestaram neste domingo a favor do federalismo nas principais cidades do leste da Ucrânia, apoiando desta forma a proposta russa de promulgar uma Constituição que amplie os poderes das regiões do país.

Em Kharkiv, a cidade mais importante do leste do país; em Donetsk, capital da bacia carbonífera ucraniana, e em Odessa, principal porto do Mar Negro, ocorreram comícios nos quais os participantes pediram a realização de referendos de autonomia.

"Rússia, nos salve", "Kharkiv exige um referendo de autonomia" e "O russo é nossa língua" foram algumas das palavras de ordem que puderam ser escutados e lidas em cartazes em Kharkiv, durante um ato no qual ondeavam bandeiras tricolores russas.

Após o comício, os manifestantes foram para a sede diplomática russa na cidade e entregaram uma declaração que pedia a Moscou ajuda para convocar um referendo e transformar o sudeste da Ucrânia em uma autonomia.

"Propomos reunir as forças do sudeste, criar um conselho coordenador e uma frente único contra os golpistas (de Kiev). Vemos nosso lugar no Estado dentro da histórica autonomia sudeste", diz o documento, segundo a imprensa local e russa.

Durante o ato, que contou com a participação de cerca de duas mil pessoas e protegido por um forte aparato de segurança, os manifestantes também exigiram que o russo receba o status de segunda língua oficial do Estado ucraniano.

Em Donetsk, cidade natal do presidente deposto ucraniano Viktor Yanukovich, o comício foi realizado na praça Lênin, onde milhares de pessoas se reuniram com bandeiras russas e soviéticas.

Em seguida, várias centenas de manifestantes se dirigiram para a estação ferroviária e tentaram atacar o local, mas foram impedidos pelas forças de segurança. Alguns trens, no entanto, foram atacados pelos manifestantes.

Em Odessa, os protestos reuniram cerca de três mil pessoas, segundo fontes policiais. Após um breve comício, os manifestantes marcharam durante várias horas pela cidade, entre gritos a favor da Rússia e da União Aduaneira e contra o Ocidente.

Nesta cidade também ocorreu uma passeata dos partidários do Maidan (coração dos protestos contra Yanukovich), que foram atacados em diversas ocasiões por ativistas pró-Rússia, embora não tenham sido registrados feridos.

Também houve manifestações a favor do federalismo organizadas por grupos pró-Rússia nas capitais regionais de Dnipropetrovsk e Lugansk.

O ministro russo das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, tornou público no sábado um plano para transformar a Ucrânia, através de uma reforma constitucional, em uma Federação que concilie os interesses do leste, de maioria russa, e do oeste europeísta.

Moscou considera que se isso não ocorrer, Kiev perderá também as regiões orientais, as mais ricas do país e onde os ânimos separatistas se alastraram desde a derrocada de Yanukovich no final de fevereiro.

Segundo o plano russo, cada região teria amplas competências nos âmbitos econômico, financeiro, cultural, linguístico, educacional e de relações econômicas e culturais exteriores com os países vizinhos.

A Constituição federativa deveria ser aprovada em referendo, após o qual seriam realizadas eleições presidenciais, parlamentares e municipais.

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