Dezenas de milhares de pessoas se manifestaram nesta quarta-feira em Adis-Abeba, na Etiópia, contra o grupo jihadista Estado Islâmico (EI) depois que, no domingo (19), foi divulgado um vídeo no qual é possível ver como são decapitados e executados 28 etíopes cristãos na Líbia.
A manifestação, que aconteceu no segundo dia de luto nacional decretado pelo governo etíope (que termina amanhã), acabou com enfrentamentos menores entre a polícia e os manifestantes, que também cantaram palavras de ordem contra o próprio Executivo do país.
As forças de segurança trataram de dispersar os manifestantes após o discurso do primeiro-ministro, Hailemariam Desalegn, no qual condenou os atos do Estado Islâmico e disse que o governo fará o que for necessário “para castigar o grupo terrorista”, mas sempre em colaboração com seus aliados globais.
Os enfrentamentos explodiram após o término do discurso do primeiro-ministro e testemunhas asseguram que várias pessoas foram detidas pela Polícia.
A manifestação, que congregou dezenas de milhares de etíopes, foi convocada em solidariedade com as famílias dos etíopes assassinados pelo Estado Islâmico.
Até agora, as famílias identificaram pelo menos duas pessoas que aparecem no vídeo, publicado no domingo.
Centenas de pessoas se congregaram no bairro de Cherkos, onde vivem as famílias dos dois homens que foram identificados, para mostrar seu pêsame.
Um grande grupo de homens e mulheres, a maioria jovens, protestaram em Cherkos contra o governo por considerar “insensível e irresponsável” a forma como foi manuseada a situação.
Por sua vez, a Igreja Ortodoxa etíope qualificou de “mártires” os etíopes assassinados pelo grupo terrorista.
Os jihadistas do Estado Islâmico divulgaram no domingo passado um vídeo no qual mostram a execução de pelo menos 16 etíopes com um disparo na cabeça e de 12 que são decapitados, todos eles acusados de serem cristãos.