Milhares de pessoas empunhando cartazes e cantando hinos nacionalistas foram às ruas de Belgrado neste domingo (29) para pedir a libertação do comandante do exército bósnio Ratko Mladic, que é acusado de crimes de guerra. Mais de três mil policiais tomaram posições ao redor de prédios do governo e de embaixadas de países do Ocidente, temendo que a manifestação pudesse se tornar violenta.
Pequenos grupos de extremistas foram impedidos de participar do protesto. Alguns manifestantes, próximos à embaixada da Turquia, que por sua vez fica perto do Parlamento sérvio, atiraram pedras na polícia, que fez a multidão recuar. Não havia registro de feridos.
Cerca de 7 mil pessoas participaram do movimento, entoando slogans de direita. Alguns faziam saudações nazistas. Eles diziam que a Sérvia não deveria entregar Mladic ao tribunal de crimes de guerra da Organizações das Nações Unidas (ONU) em Haia na Holanda. "A cooperação com o tribunal de Haia representa traição", dizia a representante do Partido Radical Sérvio Lidija Vukicevic à multidão. "Esse é um protesto contra uma prisão vergonhosa de um herói sérvio".
O tribunal da ONU acusa Mladic de ter orquestrado em 1995 o massacre de 8 mil muçulmanos em Srebrenica, além de outros crimes na guerra da Bósnia, entre 1992 e 1995. A prisão de Mladic é considerada importante para os esforços da Sérvia de entrar para a União Europeia e de se reconciliar com a região.