Milhares de turcos se preparavam neste sábado para um fim de semana de manifestações contra o governo, apesar do pedido do primeiro-ministro Tayyip Erdogan pelo fim imediato dos protestos que geraram os distúrbios mais violentos de sua década no poder.
Na Praça Taksim, no centro de Istambul, onde policiais apoiados por helicópteros e veículos blindados primeiro entraram em confronto com os manifestantes há uma semana, os ativistas passaram a noite em um acampamento improvisado, dormindo em tendas, ônibus destruídos ou embrulhados em cobertores sob as árvores.
A polícia disparou gás lacrimogêneo e canhões de água contra os manifestantes no bairro Gazi, em Istambul, onde ocorreram pesados ââcombates com a polícia na década de 1990, mas a situação permaneceu mais calma na capital Ancara, onde algumas dezenas de manifestantes permaneciam em barracas em um parque central.
Em uma rara demonstração de unidade, os torcedores de três principais clubes de futebol de Istambul Besiktas, Galatasaray e Fenerbahce, que fortemente envolvidos em alguns dos protestos, planejavam manifestações simultâneas em Taksim mais tarde no sábado.
O que começou como uma campanha contra a remodelação do Gezi Park, em parte da Praça Taksim de Istambul culminou em uma demonstração inédita de protestos contra o suposto autoritarismo de Erdogan e seu Partido AK, de raízes islâmicas.
A polícia anti-choque entrou em confronto com grupos de manifestantes, noite após noite em várias cidades do país, deixando três mortos e cerca de 5.000 feridos, de acordo com os médicos.
Erdogan não deu nenhuma indicação de planos para remover as barracas em Taksim, em torno da qual os manifestantes construíram barricadas, obstruindo parte do centro de Istambul.
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