ALDEIA REAL LUDZIDZINI, Suazilândia - Mais de 50 mil virgens com os seios à mostra, muitas delas vivendo a expectativa de se tornar a 13ª mulher do rei Mswati III, reuniram-se nesta segunda-feira para um tradicional ritual que, segundo críticos, é nocivo para um país que tem a maior taxa de infecção pelo vírus HIV no mundo.
Mswati III, o último monarca absolutista da África subsaariana, deve participar de uma cerimônia anual usada desde 1999 para escolher noivas entre milhares de jovens que dançam usando apenas colares e saiotes tradicionais.
Embora dois terços de seus súditos estejam na miséria, Mswati vive de forma suntuosa. Segundo seus críticos, ele estimula a poligamia e o sexo com adolescentes. Cerca de 40% dos adultos da Suazilândia são portadores do vírus HIV, que provoca a Aids.
E alguns dizem que a cerimônia, que tradicionalmente celebra a feminilidade e a virgindade, tornou-se apenas uma vitrine para moças que aspiram a uma vaga na corte.
- A cerimônia sofreu abusos por causa da satisfação pessoal de um homem - disse Mario Masuku, líder do proscrito partido de oposição. - O rei é apaixonado pelas jovens e pela opulência - acrescentou.
A Suazilândia é um pequeno reino localizado entre Moçambique e a África do Sul.
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