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Famílias fogem do conflito entre exército e Taleban, no Vale do Swat | Reuters
Famílias fogem do conflito entre exército e Taleban, no Vale do Swat| Foto: Reuters

Mardan, Paquistão - Milhares de paquistaneses aterrorizados desviavam de bloqueios rodoviários, ontem, em uma tentativa desesperada de escapar dos choques entre o Exército do país e rebeldes ligados ao Taleban no noroeste do Paquistão.

De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), dezenas de milhares de pessoas já fugiram nos últimos dias de suas casas na região conhecida como Vale do Swat. O novo êxodo de civis soma-se a meio milhão de pessoas já deslocadas pelos choques na volátil região de fronteira entre o Paquistão e o Afeganistão.

A violência aumentou enquanto o presidente paquistanês fazia apelos em Washington por mais ajuda para diminuir a extensão do território mantido pelo Taleban, a 100 quilômetros da capital, Islamabad. Os Estados Unidos saudaram a nova ação militar paquistanesa.

Ontem, vários milhares de homens, mulheres e crianças – a maioria em carros, ônibus e tratores, mas alguns a pé – aproveitaram o abrandamento do toque de recolher para se deslocarem para a principal cidade do Vale do Swat, Mingora, em busca de segurança.

Yar Mohammad, um pedreiro de 50 anos, disse que "derramou seu sangue" e os melhores anos de sua vida no desenvolvimento do Vale do Swat, que já foi um porto seguro para turistas, atraídos por seu cenário alpino.

"Agora eu vejo os prédios que ajudei a construir sendo explodidos e destruídos", disse ele, acusando tanto o Taleban quanto as autoridades pela destruição.

O governo do Paquistão ordenou a seu exército "eliminar os terroristas islâmicos", conforme anúncio do primeiro-ministro, Yusuf Reza Gilani, no 12º dia da ofensiva militar no Swat. A declaração encerra oficialmente o acordo de paz assinado em meados de fevereiro, em virtude do qual os combatentes islâmicos aceitavam um cessar-fogo em troca da instauração de tribunais islâmicos em Swat e em seis outros distritos.

"Peço a todas as forças políticas e à sociedade civil que apoiem o Exército", disse o primeiro-ministro, que assegurou que o governo quis, "desde o primeiro dia, resolver" a situação "através do diálogo", apesar das "muitas críticas da comunidade internacional".

Interesses

O primeiro-ministro acusou os talebans de ter dado continuidade à luta armada "na busca de seus interesses" durante este tempo e de ter iniciado ações contra o Parlamento, o governo e os veículos de comunicação.

O premier pediu à comunidade internacional para ajudar o Paquistão a garantir a integridade do país e a cooperar para melhorar a capacidade das agências de segurança paquistanesas. Gillani anunciou também um pacote de ajuda de 1 bilhão de rúpias (R$ 26 milhões) para os deslocados das áreas de conflito.

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