Milhares de civis libaneses e refugiados sírios fugiram da cidade de Arsal, na fronteira entre os dois países, nesta segunda-feira (4), após o exército do Líbano atacar a região, que havia sido invadida por militantes da Síria.
Agências de notícias estatais do Líbano disseram que os rebeldes estão saqueando casas e lojas em Arsal. Um morador das redondezas da cidade disse à reportagem que os milicianos cometiam "atrocidades" e atiravam em pessoas em sua tentativa de fuga.
"Os rebeldes se sentem protegidos pelos civis aqui", disse o morador, confirmando a existência de saques e do uso de casas de civis como postos militares pelos rebeldes.
O Exército libanês informou que 10 soldados morreram no domingo (3) e agentes de segurança afirmam que outros dois foram mortos durante a madrugada. Um paramédico libanês disse à reportagem que entre os mortos estavam quatro oficiais do exército, incluindo dois tenentes-coronéis.
O combate entre libaneses e sírios teve início com a expansão da violência da guerra civil na Síria para dentro das fronteiras do país vizinho. A comunidade internacional teme que o Líbano, pequeno país da Ásia Ocidental, se torne um novo palco para o conflito sírio, que chega ao seu terceiro ano. O governo libanês enviou reforços para a região, incluindo dezenas de veículos blindados e tanques.
Os três dias de embate em Arsal, cidade dominada por sunitas e cercada por vilas xiitas, podem acirrar as tensões sectárias no Líbano. O governo sírio, que luta contra o avanço de uma insurreição de maioria sunita, tem o apoio do grupo de militantes xiitas Hezbollah.
O comandante do Exército libanês, Jean Kahwaji, disse no sábado (2) que os combatentes sírios em Arsal pertenciam a grupos terroristas sunitas, sem especificar quais. Para Kahwaji, o combate é "mais sério do que algumas pessoas imaginam". Ele pediu que os políticos libaneses mostrem seu apoio inequívoco aos militares.