Milhares de pessoas foram mortas na insurgência contra o governante da Líbia, Muamar Kadafi, e na repressão lançada pelo governo, disse nesta sexta o vice-embaixador do país na Organização das Nações Unidas (ONU), Ibrahim Dabbashi.
"Milhares de pessoas já foram mortas até o momento e nós esperamos mais", afirmou Dabbashi, que se posicionou contra o regime de Kadafi. Os comentários foram feitos antes da reunião do Conselho de Segurança da ONU sobre a crise na Líbia. Países ocidentais pressionam por sanções para que o regime de Kadafi suspenda a repressão. O governo líbio admite que 300 pessoas foram mortas nos conflitos.
Kadafi
A televisão estatal da Líbia transmitiu nesta sexta um discurso de Kadafi, onde ele pede para seus partidários se prepararem para "defender" o país. De cima de um prédio, o ditador disse que os arsenais líbios estão abertos para armar o povo para a batalha.
"Nós vamos lutar e conquistar cada pedaço de território líbio. Quem não me ama, não merece a vida. Para esse, a vida será um inferno", afirmou Kadafi. "Olhem europeus, olhem americanos, este é o povo líbio, este é o fruto da revolução. A revolução ressuscitou Omar Al-Mukthar, nós combateremos pela Líbia. Venceremos, como vencemos o colonialismo italiano", afirmou o ditador. Omar Al-Mukthar foi um insurgente líbio que lutou durante quase 20 anos contra as tropas da Itália. Capturado, foi enforcado pelos italianos em 1931.
Enquanto Kadafi discursava na Praça Verde, um repórter da emissora americana CNN testemunhou uma batalha "sangrenta" pelo controle do mercado de Trípoli. Segundo a CNN, citando fontes médicas, pelo menos 17 pessoas foram mortas nos confrontos entre insurgentes e partidários de Kadafi nesta sexta . As informações são da Dow Jones e da Associated Press.