Mais de 80 mil pessoas marcharam em silêncio em Bruxelas neste domingo, em memória de um adolescente esfaqueado até a morte no dia 12 de abril. Segundo a polícia, este foi o maior protesto na Bélgica em dez anos.
Joe Van Holsbeeck, de 17 anos, foi esfaqueado no peito cinco vezes, quando se recusou a entregar seu aparelho MP3 a dois homens que o abordaram na estação central de trem. Os suspeitos são de origem norte-africana.
A pedido dos pais de Joe, os participantes da marcha não carregaram nenhuma bandeira política, mas a morte do adolescente desencadeou uma grande reação em relação a crimes e tensões raciais na Bélgica.
Líderes da comunidade islâmica em Bruxelas afirmaram que ficaram perturbados com o crime, e imãs pediram às pessoas que denunciem os criminosos se souberem quem eles são.
Representantes de comunidades norte-africanas na capital participaram do protesto, segundo autoridades.
O primeiro-ministro belga, Guy Verhofstadt, afirmou que a morte do adolescente não deve ficar impune para enviar um sinal à sociedade de que crimes como este não serão tolerados.
Participantes da marcha formaram fila para depositar flores quando passavam pela estação Gare Centrale.
Segundo a polícia, essa foi a maior manifestação desde 1996, quando cerca de 300 mil pessoas participaram da chamada Marcha Branca para recordar as vítimas do pedófilo Marc Dutroux e protestar contra a lentidão do sistema judicial belga.