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Dezenas de milhares de pessoas marcharam ontem na Praça Tahrir, centro do Cairo, e em outras cidades do Egito, para exigir que os militares entreguem o poder e denunciar a violência contra os manifestantes. Os egípcios ficaram especialmente ultrajados com as imagens de uma mulher, com a blusa arrancada, sendo espancada e chutada por tropas do governo interino.

"Qualquer um que viu a imagem e viu a dor da mulher viria para a Praça Tahrir", disse Omar Adel, de 27 anos, que participava do protesto. "Quem fez isso deveria ser julgado. Não podemos suportar tal humilhação e abuso." Alguns manifestantes exigem que o Exército realize as eleições presidenciais até 25 de janeiro, o primeiro aniversário do início do levante que levou à deposição do presidente Hosni Mubarak.

Pelo menos cem pessoas foram mortas em confrontos e na violência sectária desde que uma junta militar assumiu o poder. Na semana passada, 17 manifestantes foram mortos em choques com as forças de segurança, que dispersaram à força um protesto que já durava três semanas para exigir que os militares entreguem o poder a um governo civil.

A manifestação de ontem, batizada de "Defendendo a revolução e reavendo a honra", teve o apoio de mais de uma dúzia de grupos, entre eles partidos formados após o levante popular.

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