Protesto contra a prisão do general de guerra Ratko Mladic reuniu milhares em Belgrado, enquanto o governo destacou soldados para fazer a segurança| Foto: Ivan Milutinovic/ Reuters

Uma multidão formada por milhares de pessoas cantou hinos nacionalistas nas ruas de Belgrado ontem, em manifestação para pedir a libertação do comandante do exército bósnio Ratko Mladic, que é acusado de crimes de guerra. Mais de três mil policiais tomaram posições ao redor de prédios do governo e de embaixadas de países do Ocidente, temendo que a manifestação pudesse se tornar violenta. Pequenos grupos de extremistas foram impedidos de participar do protesto.

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Alguns manifestantes, próximos à embaixada da Turquia, que por sua vez fica perto do Parlamento sérvio, atiraram pedras na polícia, que fez a multidão recuar. Não houve registro de feridos.

Cerca de 7 mil pessoas participaram do movimento, entoando slogans de direita. Alguns faziam saudações nazistas. Eles diziam que a Sérvia não deveria entregar Mladic ao tribunal de crimes de guerra das Organizações das Nações Unidas em Haia, Holanda.

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"A cooperação com o tribunal de Haia representa traição", dizia a representante do Partido Radical Sérvio Lidija Vukicevic à multidão. "Esse é um protesto contra uma prisão vergonhosa de um herói sérvio."

O tribunal da ONU acusa Mladic de ter orquestrado em 1995 o massacre de 8 mil muçulmanos em Srebrenica, além de outros crimes na guerra da Bósnia, entre 1992 e 1995. A prisão de Mladic é importante para os esforços da Sérvia de entrar para a União Europeia e de se reconciliar com a região.

Segundo Darko Mladic, filho de Ratko, o pai disse que não teve "nada a ver" com o massacre de Srebrenica em 1995. É a primeira vez desde que foi preso que o "carniceiro da Bósnia" declara não considerar que é responsável pelo massacre.