Dezenas de milhares de pessoas participaram neste domingo (25) de uma manifestação em Sanaa, capital do Iêmen, para protestar contra as mortes de manifestantes neste sábado (24) e pedir a renúncia do vice-presidente do país, Abed Rabbo Mansour Hadi, por não conseguir levar os assassinos à Justiça. Protestando na frente do escritório de Hadi, os manifestantes o denunciaram como uma "ferramenta nas mãos" do atual presidente, Ali Abdullah Saleh.
A manifestação foi realizada enquanto Hadi estava reunido com o embaixador do EUA, Gerald Feierstein. Um comunicado do escritório de Hadi afirmou que eles discutiram a crise no Iêmen e o vice-presidente pediu calma.
Hadi está conduzido um governo de transição após Saleh concordar em transferir o poder após meses de protestos e tumultos. De acordo com um plano, apoiado pelos EUA, Saleh recebeu imunidade, enraivecendo muitos de seus oponentes.
O contestado presidente disse a jornalistas ontem que pretende viajar para os EUA nos próximos dias com o objetivo de criar condições para uma prometida transição de poder no país árabe.
Há mais de três décadas no poder, Saleh já havia prometido em diversas ocasiões, nos últimos meses, permitir o andamento de uma transição no país. O anúncio de ontem, porém, foi feito horas depois de forças de segurança comandadas por um filho e um sobrinho de Saleh terem aberto fogo contra um protesto que reunia mais de 100 mil manifestantes. Pelo menos 13 pessoas morreram e dezenas ficaram feridas na repressão ao protesto de ontem. As informações são da Dow Jones e Associated Press.