Milhares de pessoas participaram nesta quinta-feira (01) da procissão fúnebre em homenagem ao adolescente morto na véspera durante um protesto contra a monarquia do Bahrein. Grupos de defesa dos direitos humanos afirmam que o garoto de 14 anos, identificado como Ali Jawad Ahmad, morreu depois de ter sido atingido em cheio por um cilindro de gás lacrimogêneo atirado pelas forças locais de segurança.
De acordo com a emissora pan-árabe de televisão Al Jazeera, a procissão fúnebre reuniu aproximadamente 10.000 pessoas. Os participantes, muitos deles em lágrimas, entoavam palavras de ordem contra os líderes da monarquia sunita que governa o país.
A multidão dispersou-se pacificamente e não havia relatos de choques com a polícia, segundo a Al Jazeera.
Também nesta quinta-feira, Tariq al-Hassan, porta-voz do Ministério de Interior do Bahrein, contestou a alegação de que o adolescente tenha morrido depois de ser atingido na cabeça por um cilindro de gás lacrimogêneo lançado pela polícia durante a repressão ao protesto.
"Os ferimentos observados no pescoço (do adolescente) não são consistentes com as alegações", declarou Hassan durante entrevista coletiva concedida em Manama.
O Bahrein é uma pequena nação insular situada no Golfo Pérsico, mas tem grande importância geopolítica. O país sedia a 5ª Frota da Marinha dos Estados Unidos e é constante foco de atrito entre potências regionais, como a Arábia Saudita e o Irã.
Os protestos contra o governo do Bahrein começaram em fevereiro, inspirados nos levantes populares que derrubaram ditaduras na Tunísia e no Egito no início do ano. As manifestações são protagonizadas pela parcela xiita da população bareinita, que exige mais direitos e liberdade.
Apesar de a população xiita ser maioria no Bahrein, o reino é dominado por uma minoria sunita. Mais de 30 pessoas foram mortas na campanha de repressão aos manifestantes pelo governo. As informações são da Associated Press.
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