Milhares de manifestantes gritaram slogans pró-junta militar na capital do Mali nesta quarta-feira, protestando contra as ameaças de potências estrangeiras de usar sanções para forçar os líderes do golpe da semana passada a abandonar os cargos.
O golpe, visto como um revés para frágeis conquistas democráticas na África, foi desencadeado pela ira do Exército com a forma como o presidente Amadou Toumani Touré lidou com uma rebelião tuaregue no norte, que nas últimas semanas ganhou força e infligiu perdas no Exército.
Vizinhos regionais disseram que estavam dispostos a recorrer a sanções e a possível força militar para desalojar os novos líderes do Exército do Mali, instando-os a entregar o poder de volta para os civis, enquanto a França suspendeu a ajuda ao país.
"Quero que a comunidade internacional cale a boca. Esta é a nossa revolução", disse o jovem líder Oumar Diara no comício, o maior da capital de Mali, Bamako, desde que Touré foi deposto.
"Nós, os jovens, podemos viver sem a comunidade internacional. Temos vivido com os olhos fechados, mas agora estamos acordando", afirmou ele.
Os manifestantes gritavam "vitória" e "Abaixo Sarkozy, abaixo os ocidentais", enquanto um membro sênior da junta, Oumar Mariko, chamou aqueles que pressionavam por sanções contra o Mali de "traidores". Faixas traziam os dizeres "Vida longa ao Exército!" e "Reencontrar a Dignidade!".
Os soldados dizem que não têm as armas ou os recursos para deter rebeldes do norte liderados pelos tuaregues.
"Eles (os golpistas) devem ficar para resolver os problemas no norte, a corrupção e a educação. Isso é mais importante do que as eleições", disse um manifestante, Khalifa Sogo, sobre a insatisfação sentida por muitos malianos com o regime de Touré.
Mais cedo, os líderes golpistas do Mali anunciaram uma nova Constituição, incluindo a promessa de permitir as eleições nas quais eles seriam impedidos de participar. O documento não especificou quando as eleições seriam realizadas.
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