Milhares de turcos e franceses de origem turca se manifestaram no centro de Paris nesta quinta-feira (22) antes de uma votação parlamentar sobre uma proposta de lei que tornaria crime negar que o assassinato em massa de armênios em 1915 por turcos otomanos foi um genocídio. Tensões aumentaram entre a França e a Turquia na semana passada por conta do projeto de lei apresentado por membros do partido do presidente Nicolas Sarkozy, a ser votado ainda nesta quinta-feira. O primeiro-ministro turco, Tayyip Erdogan, escreveu uma carta a Sarkozy na semana passada, alertando que as relações políticas e econômicas sofreriam graves consequências se a lei fosse aprovada. "Eu não entendo por que a França quer censurar a liberdade de expressão", disse o presidente da associação Montargis, Yildiz Hamza, entidade que representa 700 famílias turcas na França, falando à Reuters em frente à Assembleia Nacional. "A cada cinco anos existe esse tipo de debate porque as eleições estão se aproximando." Ao começar o debate, os assentos públicos foram preenchidos por turcos e armênios. A polícia aumentou sua presença dentro da câmara para prevenir contra qualquer possível desordem. A Armênia, que tem o apoio de muitos historiadores e parlamentares, afirma que 1,5 milhões de armênios cristãos morreram na região que hoje constitui o leste da Turquia durante a Primeira Guerra Mundial, como parte de uma política deliberada de genocídio comandada pelo governo otomano. Governos sucessivos na Turquia e grande parte dos turcos sentem que a acusação de genocídio seria um insulto direto à nação. O governo turco defende que houve muitas mortes dos dois lados durante os combates na região.
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