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Violência

Milhares protestam na França contra “Lei de Segurança Global”

Manifestante segura uma placa que diz "quando estará disponível a vacina contra a violência policial?" enquanto jornalistas tiram fotos perto de um carro em chamas durante uma manifestação pelos "direitos sociais" e contra o projeto de lei de "segurança global", cujo Artigo 24 criminalizaria a publicação de imagens de policiais em serviço com a intenção de prejudicar sua " integridade psicológica ", em Paris, em 5 de dezembro de 2020. (Foto: Anne-Christine POUJOULAT / AFP)

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Milhares de manifestantes foram às ruas neste sábado (05) na França, principalmente em Paris, contra a "Lei de Segurança Global", que proíbe que os cidadãos filmem e publiquem ações da polícia. Há muitos coletes amarelos participando dos protestos. Carros foram incendiados e lojas depredadas no centro de Paris. Segundo o ministério do Interior, 22 pessoas foram presas.

As manifestações acontecem após o músico Michel Zecler, negro, ter sido espancado de forma gratuita por policiais. As imagens da agressão foram parar nas redes sociais, no dia 26 de novembro, provocando indignação em todo o país.

"Eles mancharam o uniforme da República", afirmou o Ministro do Interior francês, Gérald Darmanin, se pronunciando sobre o caso. Zecler chegava ao seu estúdio musical sem usar máscara. Temendo ser penalizado com uma multa, ele tentou entrar rapidamente em seu estúdio. Três policiais o seguiram e o espancaram, além de tentar forçar a entrada e jogar uma bomba de gás lacrimogêneo no estúdio.

Zecler ficou preso por 48 horas, acusado de resistir à prisão e atacar os policiais. As acusações foram retiradas após o vídeo vir à tona.

Os protestos deste sábado em Paris e várias outras cidades da França, como Tolouse, Montpellier e Rennes, se conectam com o episódio pois se a Lei de Segurança Global, que está sendo promovida pelo presidente Emmanuel Macron, estivesse em vigor, provavelmente Michel Zecler ainda estaria detido, e de forma injusta. A lei prevê prisão de até um ano e uma multa que pode chegar a 45 mil euros (equivalente a R$ 280 mil) para quem transmita "o rosto ou qualquer outro elemento que possa identificar" policiais em ação se o objetivo for "prejudicá-los física ou mentalmente".

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