Manifestantes se aglomeraram para protestar contra o governo Bush na praça Firdos em Bagdá| Foto: Erik de Castro / Reuters

Milhares de seguidores do clérigo xiita Moqtada Al Sadr fizeram nesta sexta-feira uma passeata contra o acordo que autoriza a permanência militar dos Estados Unidos no Iraque até 2011.

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Na praça Firdos, em Bagdá, onde soldados dos EUA derrubaram uma estátua de Saddam Hussein há alguns anos, os manifestantes destruíram uma imagem do presidente George W. Bush.

O acordo, já aprovado por ambos os governos, agora está sendo discutido no Parlamento iraquiano. Ele estabelece que as tropas dos EUA parem de percorrer as ruas do país até meados de 2009, e deixem totalmente o Iraque até 31 de dezembro de 2011.

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De acordo com o tratado, os soldados norte-americanos só poderão fazer prisões se tiverem mandato judicial, e empresas dos EUA ficarão sujeitas à lei local.

Ao final de meses de complicadas negociações, o primeiro-ministro Nuri Al Maliki obteve concessões importantes dos EUA. Maliki ridicularizou os sadristas por terem rejeitado a data estabelecida no acordo, depois de passarem anos exigindo um cronograma para a retirada.

Bush sempre foi contra os cronogramas. Já seu sucessor, o democrata Barack Obama, prometeu na campanha eleitoral retirar as forças de combate no Iraque num prazo de 16 meses após sua posse, em janeiro.

O boneco de Bush colocado pelos sadristas na praça Firdos mostra o presidente dos EUA carregando uma mala com os dizeres "O pacto da subserviência e da vergonha." Os manifestantes atiraram garrafas no boneco, derrubaram-no, rasgaram-no e queimaram-no.

"Estou com vocês em expulsar o ocupante do jeito que acharem melhor", disse Sadr em mensagem lida por um clérigo de turbante branco. A multidão respondeu aos gritos de "Deus é grande".

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Sob o olhar de atiradores de elite militares postados nos telhados próximos, os manifestantes se ajoelharam para rezar antes de saírem em passeata, aos gritos de "nunca, nunca o pacto."

Hazim Al Araji, assessor de Sadr, disse à Reuters que a sexta-feira foi "o dia da unidade iraquiana entre árabes, curdos, todas as comunidades do Iraque, para rejeitarem o pacto de segurança". "Essa gente está aparecendo para provar que o pacto de segurança é inútil", acrescentou.

Autoridades disseram que o protesto transcorreu sem incidentes.

Enquanto os sadristas rejeitam totalmente o acordo, outros grupos manifestam restrições a alguns detalhes. O governo iraquiano assinou o acordo nesta semana, e o Parlamento deve votá-lo na semana que vem.

A violência no Iraque caiu ao menor nível desde o início da guerra, mas militantes ainda realizam atentados rotineiros. Na manhã de sexta-feira, três pessoas morreram e 15 ficaram feridas devido à explosão de uma bomba numa calçada próxima a um posto de controle policial no bairro de Doura, zona sul de Bagdá.

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