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Palestino da Cisjordânia atira pedra contra soldados israelenses: árabes de toda a região se manifestaram contra Israel | Jaafar Ashtiyeh/AFP
Palestino da Cisjordânia atira pedra contra soldados israelenses: árabes de toda a região se manifestaram contra Israel| Foto: Jaafar Ashtiyeh/AFP

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Qual é sua opinião sobre a justificativa de Israel de iniciar o ataque a Gaza por causa do aumento do número de foguetes do Hamas lançado contra seu território?

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Milhares de pessoas foram ontem às ruas em cidades de todo o Oriente Médio para denunciar os ataques de Israel contra alvos do Hamas na Faixa de Gaza.

Do Líbano ao Irã, os adversários de Israel foram às ruas e realizaram manifestações barulhentas. Entre os aliados regionais também havia descontentamento: o primeiro-ministro da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, qualificou a ação como um "crime contra a humanidade".

O governo sírio, por sua vez, anunciou a suspensão das conversas de paz indiretas com os israelenses, em reação aos ataques. Sob condição de anonimato, um funcionário do governo sírio afirmou que Israel "fecha todas as portas" para um acordo na região.

Vários dos protestos tornaram-se violentos. Em Mossul, no norte do Iraque, um suicida que andava de bicicleta atacou a multidão, de mais de mil pessoas. Uma pessoa foi morta e 16 ficaram feridas.

No Líbano, a polícia lançou gás lacrimogêneo para conter dezenas de manifestantes que tentavam chegar à embaixada do Egito. Alguns jogaram pedras no edifício e não estava claro se havia feridos.

O Egito, que já atuou como mediador entre Israel e os palestinos e entre o Hamas e seu rival Fatah, tem sido criticado por também fechar suas fronteiras com a Faixa de Gaza. O ministro de Relações Exteriores egípcio, Ahmed Aboul Gheit, pediu que o Hamas renove seu cessar-fogo com Israel: "Havia calma e devemos trabalhar para restaurá-la".

Em Beirute, o representante do Hamas Osama Hamdan disse à multidão que o grupo militante não tinha outra alternativa a não ser lutar. Os militantes de Gaza têm lançado dezenas de foguetes e morteiros no sul israelense, após o encerramento de um cessar-fogo de seis meses, há uma semana.

Na capital da vizinha Síria, Damasco, mais de 5 mil pessoas protestaram. Em Amã, na Jordânia, 5 mil advogados marcharam em direção ao Parlamento. Eles pediam a expulsão do embaixador de Israel e o fechamento da embaixada. A embaixada dos EUA na Jordânia advertiu os norte-americanos para que evitem as áreas em que há protestos.

Milhares de egípcios, muitos deles universitários, protestaram em campi do Cairo, de Alexandria e em outras cidades. Eles acusavam o presidente Hosni Mubarak e outros líderes de não fazerem o suficiente para apoiar os palestinos.

O presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, também criticou os ataques israelenses. Em Ramallah, na Cisjordânia, houve um violento protesto. Tropas israelenses no local mataram a tiros um manifestante, Arafat Khawaja, de 22 anos.

Conselho de Segurança

Em uma reunião realizada às pressas ontem, o Conselho de Segurança da ONU pediu a Israel o fim imediato das hostilidades na Faixa de Gaza e a permissão para a entrada de ajuda humanitária para os palestinos. O documento, no entanto, redigido após cinco horas de conversações, não condena nem o Hamas nem o governo israelense pelos ataques, e não prevê qualquer tipo de punição a qualquer dos lados.

"Diante das graves necessidades humanitárias e econômicas em Gaza é urgente tomar as medidas necessárias, incluindo a abertura das passagens de fronteira, para garantir o contínuo fornecimento de provisões", diz um trecho do documento, que tem apenas três parágrafos e foi considerado insatisfatório por analistas e governos árabes.

Segundo fontes diplomáticas, a última versão do documento antes do definitivo fazia menção ao alto número de mortos civis, mas a frase teria sido retirada a pedido da Rússia. O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, afirmou que uma das prioridades do momento é evitar uma catástrofe humanitária.

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