Dezenas de milhares de manifestantes saíram às ruas do Chile nesta quinta-feira, no segundo dia da greve geral de 48 horas convocada pela CUT, a principal central trabalhista do país. Na quarta-feira, 108 pessoas foram detidas e seis policiais ficaram feridos.
A CUT convocou a greve geral exigindo amplas reformas políticas e sociais, após meses de grandes protestos estudantis que pedem a reformulação do sistema educacional chileno, que derrubaram a popularidade do presidente Sebastián Piñera. Atualmente, Piñera conta com apenas 26% de aprovação, o índice mais baixo registrado por um presidente desde o final da ditadura de17 anos do general Augusto Pinochet, em 1990.
Apesar de os protestos serem majoritariamente pacíficos, alguns manifestantes bloquearam ruas, jogaram pedras e entraram em confronto com policiais na quarta-feira. "Nós lamentamos o que aconteceu na noite passada quando houve destruição de propriedade pública e privada", disse o subsecretário do Interior Rodrigo Ubilla.
O ministro de Finanças Felipe Larrain estima que os dois dias de greve resultem em perdas de US$ 400 milhões para a economia.
O sistema de ônibus da capital Santiago funcionava praticamente com sua capacidade total nesta quinta-feira e o metrô funcionava normalmente, informou o ministro de Transportes e Comunicação Pedro Pablo Errazuriz.
Os protestos dos últimos meses chegaram até a algumas das maiores minas de cobre do país, dentre elas a estatal Corporación Nacional del Cobre e a mina Escondida, pertencente à BHP Billiton. Não houve interrupção da produção de cobre nas minas chinelas na quarta e quinta-feira. O país fornece um terço do cobre consumido no mundo todo.