Milhares de pessoas saíram às ruas hoje na cidade de Deraa, no sul da Síria, desafiando as medidas de repressão do governo, em passeatas para protestar contra o assassinato de manifestantes pela polícia, informou um ativista. O acesso dos meios de comunicação às manifestações foi restringido, mas um repórter da Associated Press ouviu disparos esporádicos ecoando pela cidade.
Quase todo o comércio ficou fechado. As ruas estavam praticamente vazias e soldados e policiais antidistúrbio paravam pessoas em postos de verificação e estavam em vários cruzamentos a maior presença de forças de segurança desde que o levante teve início.
Forças de segurança tinham o controle total da área ao redor da mesquita al-Omari, onde manifestantes se reuniram mais cedo e onde aconteceu a maior parte dos confrontos ontem. Funcionários sírios escoltaram um pequeno grupo de fotógrafos para a mesquita para mostrar que controlavam o local. Não havia sinais de combate dentro da mesquita, exceto por uma porta quebrada de um escritório. Em outros locais, a única evidência de confrontos eram pedras espalhadas pelas ruas e os restos de pneus queimados pelos manifestantes no dia anterior.
O ativista que mantém contato com os moradores de Deraa disse à AP que a multidão gritava "Síria, liberdade!" enquanto marchava na direção de um dos principais cemitérios da cidade. Outro grupo, também em Deraa, realizou um protesto sentando-se no chão no bairro de al-Mahata.
Inspirado pela onda de manifestações por democracia na região, o levante em Deraa e em pelo menos outras quatro vilas próximas se tornou o maior desafio para o governo sírio desde a década de 1970.
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