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Milhares de pessoas se reuniram neste domingo (28) em Majdal Shams, nas Colinas de Golã, ocupadas por Israel, para um funeral em massa para se despedir de 11 dos 12 jovens que morreram no sábado (27), quando um míssil lançado do Líbano - pelo qual Israel acusa o Hezbollah - atingiu o campo de futebol onde jogavam.
"As imagens do horror nunca serão apagadas", leu o líder espiritual Sheikh Mowafaq Tarif na cerimônia, marcando o dia anterior como um "sábado sombrio" que permanecerá "gravado na memória como um ponto baixo da humanidade". Em uma praça no coração da cidade drusa, milhares de cidadãos, a maioria vestidos de preto, se alinharam nas ruas, telhados e varandas enquanto passavam os 12 caixões brancos dos mortos, com idades entre 10 e 16 anos.
Alguns dos ministros do governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu presentes no funeral, como o das Finanças, Bezalel Smotrich, e o da Economia, Nir Barkat, foram vaiados e xingados por alguns dos presentes. "Tire-os daqui, nós não os queremos", gritou um homem. "Vocês nos abandonaram por nove meses e agora estão aqui?", questionou outro participante.
O líder da oposição, Yair Lapid, e o líder trabalhista, Yair Golan, também compareceram ao funeral. "O papel do Estado é oferecer segurança às crianças. Crianças não devem morrer em guerras de adultos. O governo falhou, pedimos desculpas às famílias", disse o líder centrista.
O ataque também deixou cerca de 30 pessoas feridas, que foram levadas a vários hospitais da região. Três delas, de 11, 12 e 14 anos, ainda estão em estado crítico no Centro Médico Ziv, em Safed. Elas estão sedadas e entubadas, com lesões abdominais, ferimentos no peito e fraturas no quadril, de acordo com o jornal The Times of Israel.
Cinco outros jovens feridos permanecem no hospital Rambam, na cidade de Haifa, no norte do país, onde foram submetidas a cirurgias durante a noite, quatro delas na unidade de terapia intensiva. Treze outros jovens, com idades entre 2 e 15 anos, com ferimentos de estilhaços, estão em condições moderadas.
Enquanto isso, continua a busca por Guevara Ibrahim, de 11 anos, que desapareceu após o ataque. Acredita-se que o menino estava no campo de futebol quando foi atingido por um míssil disparado do Líbano.
Após a tragédia, Israel disse que está na hora de o mundo responsabilizar totalmente o Irã e seus aliados, apontando para o Hezbollah, o Hamas e os rebeldes houthis do Iêmen, que no último fim de semana atacaram Tel Aviv, matando uma pessoa.