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Milhares de pessoas se reuniram no centro de Dublin neste sábado (8) e se posicionaram contra o projeto do governo de permitir acesso limitado ao aborto nos casos que a vida da mãe corre perigo. Os organizadores disseram que mais de 40 mil pessoas estiveram nos arredores dos escritórios do governo para a "Vigilância Nacional pela Vida", no que é a maior demonstração antiaborto da história da Irlanda.

Ministros chegaram ao rascunho de uma legislação que permite acesso limitado ao aborto nos casos em que a vida da mulher está em risco, inclusive ameaças de suicídio, mas a proposta dividiu a coalizão governista. "A manifestação mostra que a opinião média da Irlanda está cada vez mais preocupada com as leis do governo em relação ao aborto", disse a porta-voz da Campanha Pró-Vida, Caroline Simons, a uma multidão que balançava balões coloridos.

"Há pessoas aqui que nunca participaram de um evento pró-vida antes. A mensagem está sendo passada adiante. Essa legislação não é restritiva e não é sobre salvar a vida de mulheres e crianças".

Um debate de duas décadas sobre como a Irlanda deve lidar com uma decisão da Suprema Corte que permite o aborto quando a mãe está em perigo foi reaberto ano passado após a morte de uma mulher que não pôde realizar o aborto de um feto que estava morrendo.

Sucessivos governos vêm evitando tomar uma posição sobre a decisão, resultado da contestação de uma vítima de estupro de 14 anos, no chamado "caso-x" de 1992, de uma emenda constitucional de nove anos antes que pretendia banir o aborto em todos os casos.

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