Membros de uma milícia islâmica e "homens à paisana" atacaram nesta terça-feira a casa de um importante clérigo reformista do Irã, o grão-aiatolá Yusuf Sanei, na cidade sagrada de Qom, segundo o site reformista Norooz.
Os agressores teriam insultado Sanei, batido em seus seguidores e quebrado janelas. As autoridades não se manifestaram.
Houve distúrbios em Qom nesta semana durante o funeral do "líder espiritual" da oposição iraniana, o grão-aiatolá Hossein Ali Montazeri, que reuniu dezenas de milhares de pessoas.
A agência semioficial de notícias Fars disse que na terça-feira alunos de teologia simpáticos ao governo fizeram uma manifestação em Qom para protestar pelos "insultos contra as santidades" proferidos pela oposição durante o funeral de Montazeri.
A manifestação terminou em frente à casa de Sanei, disse a Fars, mas não está claro se a passeata tem relação com a agressão noticiada pelo Norooz.
A Fars disse que os manifestantes gritavam "a cidade de Qom não é uma cidade para hipócritas" e assinaram uma petição por "medidas no sentido de cassar a autoridade religiosa de Yusuf Sanei".
Um dos signatários, o clérigo Ahmad Panahian, disse que "as trincheiras dos hipócritas em Qom devem ser destruídas".
Sanei fez duras críticas às autoridades depois das suspeitas de fraude na eleição presidencial de junho, que deu a reeleição a Mahmoud Ahmadinejad.
Não foi possível verificar de modo independente os relatos vindos de Qom, pois o governo proíbe órgãos de comunicação estrangeiros de cobrirem manifestações, e determinou a seus representantes que não viajem para o funeral de Montazeri em Qom.
Outro site, o Ayande, ouviu do filho de Montazeri, Ahmad, que as tradicionais celebrações do terceiro e sétimo dia de morte não serão realizadas por questões de segurança.
Montazeri, que morreu na noite de sábado aos 87 anos, era um dos arquitetos da revolução de 1979 que derrubou o xá apoiado pelos EUA, e já foi indicado para suceder o aiatolá Ruhollah Khomeini como líder supremo do Estado islâmico. Mas Montazeri caiu em desgraça depois de criticar a execução em massa dos presos.
Deixe sua opinião