A milícia islâmica radical Boko Haram assumiu neste sábado (19) a autoria do ataque a bomba ocorrido na última segunda-feira (14) em uma das principais estações de ônibus de Abuja, capital da Nigéria, que matou 75 pessoas e deixou outras 216 feridas.
"Fomos nós que realizamos o ataque em Abuja", afirmou o líder do grupo armado, Abubakar Shekau, em um vídeo de 30 minutos em árabe divulgado hoje à imprensa de Maiduguri, capital do estado de Borno.
Apesar de as autoridades terem informado em um primeiro momento que 71 pessoas morreram e outras 124 ficaram gravemente feridas no atentado, o Ministério da Saúde divulgou posteriormente que o número de mortes subiu para 75.
O atentado aconteceu por volta das 6h45 locais (2h45 de Brasília), quando a estação localizada na área de Nyanya, nos arredores de Abuja, estava repleta de cidadãos que seguiam para o trabalho.
A explosão surpreendeu um grande número de passageiros no momento em que estavam prestes a entrar nos ônibus, e imediatamente houve cenas de pânico, com pessoas correndo em meio aos corpos das vítimas.
Desde o último domingo, a Boko Haram supostamente cometeu quatro ataques violentos na Nigéria, provocando a morte de pelo menos 189 pessoas.
No vídeo, Shekau não citou o sequestro de 129 meninas da escola-residência ocorrido no noroeste do país na segunda-feira passada, também atribuído a este grupo armado pelas autoridades locais.
Apesar de a Nigéria manter uma ofensiva antiterrorista nos estados de Yobe, Borno e Adamawa, no nordeste do país (todos sob estado de exceção), os ataques fundamentalistas são constantes no país africano.
Desde que a polícia matou em 2009 o líder da Boko Haram, Mohammed Yousef, os radicais mantêm uma sangrenta campanha que causou mais de 3.000 mortes. A milícia, cujo nome significa em línguas locais "a educação não islâmica é pecado", luta para impor a "sharia" (lei islâmica) na Nigéria, de maioria muçulmana no norte e predominantemente cristã no sul.