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Uma milícia aliada do novo governo líbio disse nesta quarta-feira (5) que descobriu em Trípoli uma vala comum contendo os corpos de mais de 200 pessoas mortas em meio ao caos ocorrido durante a ofensiva rebelde que derrubou o regime de Muammar Gaddafi. Naji al-Issawi, comandante de uma unidade do conselho militar tripolitano, mostrou a jornalistas dois cadáveres exumados de um cemitério onde, segundo ele, havia 200 a 300 corpos, no bairro de Gargarish. Ele disse que as autoridades pretendem continuar escavando o terreno, além de iniciar a identificação dos mortos. Um funcionário do cemitério disse que os cadáveres foram recolhidos das ruas e hospitais depois da ofensiva rebelde do fim de agosto. Um dos cadáveres mostrados nesta quarta-feira estava quase todo decomposto, e parecia ter vestido farda e botas. Issawi disse que outro cemitério clandestino já foi descoberto na capital, contendo até 700 cadáveres. Desde a derrubada de Gaddafi, mais de 12 locais já foram identificados como valas comuns, inclusive na prisão de Abu Salim, em Trípoli, cenário de um massacre de 1.200 pessoas em 1996 que se tornou o ponto de mobilização de manifestantes nos primeiros dias da rebelião deste ano contra o governante. Há relatos conflitantes sobre como esses cemitérios surgiram, e existem discordâncias até mesmo entre integrantes do Conselho Nacional de Transição (CNT, o governo provisório). A entidade Human Rights Watch pediu ao CNT que suspenda as escavações dos locais, alertando que a exumação de cadáveres sem as técnicas forenses adequadas podem impossibilitar a identificação dos mortos.

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