Eleição
Auditoria de votos tem início sem a presença de observadores externos
A Comissão Eleitoral do Afeganistão começou ontem a auditoria dos 8,1 milhões de votos da segunda rodada da eleição presidencial, embora ainda não tenham chegado a Cabul os aguardados cem observadores internacionais.
O presidente da comissão, Ahmad Yousef Nuristani, disse que se espera que os observadores estrangeiros, organizados em 30 equipes para analisar os votos, estejam na capital afegã na próxima semana. Os representantes dos dois candidatos, Abdullah Abdullah e Ashraf Gani, e da Comissão de Queixas Eleitorais também participarão do processo, que "durará três ou quatro semanas", assegurou Nuristani. O processo será realizado por cem equipes de auditores, que trabalharão em dois turnos, sete dias por semana.
A análise dos votos começará pelos emitidos em Cabul no segundo turno, cuja votação ocorreu em 14 de junho. Espera-se que a transferência de urnas das províncias para Cabul conclua em 24 de julho, com a proteção das Forças Armadas afegãs e das tropas da Otan no país asiático.
O Aeroporto Internacional de Cabul foi atacado por homens armados ontem, informou Afzal Aman, general do Exército do Afeganistão na capital do país.
Segundo Aman, os homens ocuparam dois prédios em construção, 700 metros ao norte do aeroporto. Eles utilizaram o local como base para lançamento de foguetes contra o aeroporto e contra os jatos de caça da Força Internacional de Assistência para Segurança (ISAF), que sobrevoavam Cabul.
O general acrescentou que vários foguetes atingiram o aeroporto, mas que nenhum avião foi danificado até o momento. Dois dos atiradores foram mortos pelas forças afegãs.
O conflito entre os homens e as forças de segurança continua e os homens estão cercados, disse. Como ocorre durante ataques na cidade, a Embaixada dos EUA em Cabul soou os alarmes, e os caças da ISAF patrulhavam a capital afegã.
O aeroporto é usado como uma base para as forças da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), que há mais de uma década lutam contra os militantes extremistas do Taleban.
A operação ocorre em meio a um período tenso no Afeganistão, com a recontagem dos votos para o segundo turno da eleição presidencial, que começou ontem, ainda sem a presença de observadores.