O avanço dos militantes do Estado Islâmico sobre Sinjar, no norte do Iraque, no domingo (3), provocou o êxodo de quase 200 mil habitantes curdos da etnia yazidi, uma das mais antigas do país.
Nesta quarta (6), a ONU disse que 40 mil pessoas se refugiaram em cavernas nas montanhas perto de Sinjar e estão cercadas pelo grupo sunita.
Em entrevista à rede britânica BBC, um homem que se identificou como Khalil disse que eles não têm mais comida e água e que os pedidos de ajuda foram ignorados.
"Três crianças morreram de fome e sete pessoas, de desidratação. Sofremos bombardeios indiscriminados. Nem a Cruz Vermelha, nem a ONU, nem o governo iraquiano nos ajudou."
Outros 130 mil refugiados se abrigaram em Dohuk, no Curdistão iraquiano, que enfrenta dificuldades para atender a demanda repentina.
O chefe da Administração Regional do Curdistão, Jabbar Yawar, pediu ajuda internacional aos refugiados.
Os yazidis são uma etnia curda ligada ao zoroastrismo, com cerca de 500 mil pessoas no Iraque. Por seu culto, são considerados "adoradores do diabo" pelo Estado Islâmico.
Desde a invasão de Sinjar, mais de 500 curdos morreram. Diante do ataque, o Curdistão receberá reforço de curdos da Síria e da Turquia para conter os radicais sunitas.
Nesta quarta, um tribunal do Estado Islâmico foi destruído por um bombardeio do Exército iraquiano, que matou 60 extremistas.
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