Insurgentes do Taleban paquistanês assumiram a responsabilidade por um ataque realizado ontem contra uma academia das forças de segurança do aeroporto de Karachi, menos de 48 horas após homens armados do grupo terem cercado o aeroporto mais movimentado do Paquistão, numa investida que resultou na morte de mais de 30 pessoas (os números oscilavam ontem entre 34 e 37).
O ataque na noite de domingo passado destruiu as perspectivas de negociação de paz entre o Taleban e o governo do primeiro-ministro Nawaz Sharif e fez surgirem especulações de que o Exército deve optar por uma ofensiva contra redutos de militantes.
Um grupo de homens armados em motocicletas abriu fogo ontem contra a academia controlada pela Força de Segurança de Aeroportos e fugiu depois que os agentes retaliaram. Ninguém ficou ferido, segundo as autoridades.
"Nós assumimos a responsabilidade por outro ataque bem-sucedido contra o governo", disse o porta-voz do Taleban paquistanês Shahidullah Shahid. "Estamos conseguindo atingir todas as nossas metas e vamos continuar com muitos outros ataques desse tipo."
Disfarces
Dez militantes disfarçados de membros das forças de segurança e armados com lança-granadas invadiram o aeroporto no domingo, num dos ataques mais ousados da longa insurgência do Taleban.
Refletindo uma atmosfera de nervosismo, o aeroporto de Karachi suspendeu todos os voos dentro e fora da cidade de 18 milhões de habitantes pela segunda vez em dois dias, embora a maioria dos voos tenha sido retomada por volta no fim do dia.
Ainda ontem, aviões de combate paquistaneses bombardearam posições do Taleban na fronteira afegã.
O Taleban paquistanês tem como aliado os militantes do grupo homônimo que opera no Afeganistão e ambos compartilham uma ideologia jihadista semelhante.