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Mundo árabe

Militantes ligados à Al-Qaeda decapitam rebelde por engano

Soldado do Exército Livre da Síria olha por uma janela alvejada por tiros em Deir al-Zor, no sul do país | Khalil Ashawi/Reuters
Soldado do Exército Livre da Síria olha por uma janela alvejada por tiros em Deir al-Zor, no sul do país (Foto: Khalil Ashawi/Reuters)

Um grupo de combatentes rebeldes ligados à Al-Qaeda decapitou um soldado rebelde sírio após acharem que ele pertencia às forças do ditador Bashar Assad. A entidade assumiu o erro, que apareceu em um vídeo publicado na internet.

Nas imagens, cuja autenticidade não pode ser comprovada, os integrantes do Estado Islâmico do Iraque e do Levante mostravam a cabeça de um homem que, segundo eles, era um soldado das forças de Assad que havia sido morto horas antes.

Dias depois, foi determinado que o nome da vítima era Mohammed Fares, um combatente que ficara ferido horas antes em combates contra o Exército sírio, segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos, grupo opositor sediado em Londres.

Diante do erro, o Estado Islâmico do Iraque e do Levante emitiu um comunicado pedindo perdão pela morte e "calma e piedade" aos opositores do regime.

"Nós oramos a Alá para que aceite Mohammed Fares no seu reino e perdoe esses irmãos que só buscavam retirar os inimigos de Alá e nossos inimigos", disse o porta-voz da entidade, Omar al-Qahatani.

O Estado Islâmico do Iraque e do Levante, vinculado à Al-Qaeda, disse que o combatente rebelde chegou a um hospital improvisado no front de batalha gritando os nomes de duas figuras reverenciadas pelos xiitas, considerados blasfemos pelo Estado Islâmico, que é sunita.

Em outro vídeo, um jovem prepara uma faca para decapitar a cabeça de Fares, dizendo: "Ele é um voluntário xiita iraquiano do Exército de Bashar Assad".

O incidente acontece em meio ao aumento da tensão entre os grupos combatentes rebeldes e da chegada de militantes de grupos radicais islâmicos para combater na crise síria. Isso pode agravar a guerra civil que, em dois anos e oito meses, deixou mais de 110 mil mortos, segundo a Organização das Nações Unidas.

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