O Departamento de Estado americano confirmou na noite desta sexta-feira (9) que funcionários da embaixada americana no Iêmen mataram dois civis iemenitas durante uma tentativa de sequestro na capital Sanaa, em 24 de abril.
A informação foi divulgada inicialmente pelo jornal americano "The New York Times", após ouvir depoimentos de diplomatas do país. Segundo a publicação, os dois americanos envolvidos nas mortes são um tenente-coronel do Exército americano e um agente da CIA (Agência Central de Inteligência, sigla em inglês).
A porta-voz do Departamento de Estado, Marie Harf, afirmou que os dois agentes mataram os iemenitas, que estavam armados, em uma tentativa de sequestro ao visitar um centro comercial de um bairro nobre de Sanaa. Membros do governo ouvidos pelo "The New York Times" disseram que os agentes tinham ido a uma barbearia sem escolta.
O governo americano diz que investiga se os dois agentes estavam desacompanhados de seguranças armados, o que seria uma violação do padrão do governo americano para funcionários de embaixadas em países de alto risco, como o Iêmen e o Paquistão. Os dois agentes já deixaram o país.
O incidente desperta a preocupação sobre a segurança da delegação americana no país, que abriga a sede a Al Qaeda na Península Arábica, uma das vertentes mais perigosas da rede terrorista. Devido à ação dos terroristas, os Estados Unidos fazem ataques constantes na região, usando aviões não tripulados.
No dia 20 de abril, pelo menos 60 extremistas foram mortos em bombardeios com drones americanos no sul do país. Na semana seguinte, o Exército local lançou uma ofensiva contra a Al Qaeda, que terminou com 67 mortos.
Os ataques contra a rede terrorista aumentaram a preocupação do governo americano com sua segurança. Segundo o canal de televisão CNN, há um grande plano de atentado da Al Qaeda contra a embaixada americana em Sanaa.
O rumor aumentou após quatro soldados iemenitas e três militantes morrerem em um confronto durante uma tentativa de invasão ao palácio presidencial.
