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Vazamento

Militar fonte do WikiLeaks é condenado a 35 anos de prisão

Soldado Bradley Manning, algemado, comparece à corte de Fort Meade para receber sua sentença | Larry Downing/Reuters
Soldado Bradley Manning, algemado, comparece à corte de Fort Meade para receber sua sentença (Foto: Larry Downing/Reuters)
Desenho mostra Manning saindo da corte (à dir.) de Fort Meade |

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Desenho mostra Manning saindo da corte (à dir.) de Fort Meade

O soldado americano Bra­dley Manning, que em 2010 vazou milhares de documentos confidenciais da diplomacia e do Exército dos Estados Unidos ao site WikiLeaks, foi condenado a 35 anos de prisão.

O conteúdo vazado trouxe à tona a conduta dos Estados Unidos na guerra do Iraque e no Afeganistão. O material incluía, entre outros, cenas de ataques que mataram diversos civis no Iraque.

A pena foi determinada pela juíza Denise Lind, do Tri­­bunal Militar de Fort Meade, no Estado de Maryland, que ainda determinou sua expulsão das Forças Armadas por desonra.

Manning foi absolvido, no final de julho, da acusação mais grave que pesava contra ele, a de colaborar com o inimigo, que o levaria à prisão perpétua.

Ele foi considerado culpado por outras 19 acusações ligadas a espionagem, furto, violações de legislação militar e fraudes de informática. O somatório das penas poderia alcançar 90 anos de prisão.

Argumentando que uma punição severa inibiria futuros vazamentos, na segunda-feira, a Promotoria pediu uma punição de ao menos 60 anos à corte. Sua defesa, no entanto, solicitou que a sentença não superasse os 25 anos, prazo de sigilo da maioria dos documentos vazados.

Na tentativa de mitigar a pena, o soldado chegou a se desculpar por seus atos na semana passada.

O condenado deve cumprir ao menos um terço da punição antes de obter a possibilidade de solicitar liberdade condicional. Nos tribunais militares americanos, qualquer réu que seja condenado a mais de seis meses de prisão tem automaticamente direito de recorrer, o que deve ocorrer no caso.

Ele já está preso há mais de três anos. Em janeiro, a juíza determinou que qualquer pena contra Manning seria reduzida em 112 dias devido aos maus-tratos que sofreu na penitenciária, onde foi mantido nu em celas sem janelas.

Para Rússia, EUA usam rigor "injustificável"

O único governo estrangeiro que se manifestou a favor de Bradley Manning foi a Rússia, que é criticada pelos americanos por violar os direitos humanos na perseguição a opositores e a minorias étnicas, políticas e sexuais.

O chefe do departamen­to de direitos humanos da Chancelaria russa, Ale­xan­der Lukasevitch, disse que Moscou considera injustificável a pena aplicada contra Manning. Para ele, o governo americano deveria ter punido os soldados envolvidos em crimes nas operações no Iraque e no Afeganistão.

"Quando se trata dos interesses dos Estados Unidos, o sistema judicial americano toma decisões exemplares de uma dureza injustificável sem considerar a defesa dos direitos humanos", disse.

Nos EUA, entidades de imprensa e de defesa de liberdade condenaram a pena imposta ao soldado, que é interpretado por seus defensores como alguém que avisou a sociedade americana e mundial sobre os abusos cometidos pelo governo americano.

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