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Golpe

Militares assumem poder na Tailândia

O Exército tailandês assumiu o controle de Bangcoc nesta terça-feira sem disparar um único tiro e anunciou a criação de uma comissão para reformar a Constituição do país. Em Nova York, o primeiro-ministro Thaksin Shinawatra decretou estado de emergência.

O Exército já declarou feriado para a quarta-feira, e os mercados não vão abrir.

O porta-voz do governo da Tailândia, que está em Nova York junto com o premier para participar da Assembléia Geral da Organização das Nações Unidas, disse que a tentativa de golpe em Bangcoc não teria sucesso.

- Alguns dos oficiais militares tentaram dar um golpe, mas nós confirmamos que eles não terão sucesso - disse o porta-voz Surapong Suebwonglee. - Agora nós estamos no controle.

Mas trata-se de um golpe de Estado, o primeiro em 15 anos no país. Tanques cercaram a sede do governo, e as TVs divulgaram um comunicado dizendo que os militares e a polícia controlam a capital e as províncias vizinhas. A nota pedia calma à população.

Soldados tailandeses chegam em um tanque| à sede do governo, em Bangcoc. O país está em estado de emergência

A tomada do poder seria temporária e o poder "voltaria em breve para o povo", disse o tenente-general Prapart Sakuntanak em todos os canais de televisão.

O Exército declarou lei marcial, disse a todos os soldados que voltassem a seus quartéis e proibiu o movimento não autorizado de tropas.

Os Estados Unidos pediram uma solução pacífica para o impasse.

A União Européia se declarou preocupada.

Thaksin vinha enfrentando uma grave crise nos últimos meses, acusado por adversários de minar a democracia. O ex-premier Weerasak Kohsurat disse que o assessor real Sumate Tantivejakul deve comandar a comissão de reforma constitucional, e que um governo interino seria formado enquanto as reformas políticas são definidas. Eleições seriam convocadas em breve, e Thaksin poderia se candidatar, segundo ele.

A nota foi divulgada logo depois de Thaksin telefonar de Nova York para um canal de TV para declarar que a capital estava "sob severo estado de emergência". A transmissão foi interrompida após dez minutos, quando o primeiro-ministro, que fez fortuna no ramo das telecomunicações, ainda falava.

No seu pronunciamento pela TV, Thaksin, acusado de corrupção e abuso de poder, ordenou que as tropas não fizessem "deslocamentos ilegais" e exigiu que o comandante do Exército, Sonthi Boonyaratglin, se reportasse imediatamente ao primeiro-ministro interino Chidchai Vanasatidya. Determinou também que o comandante supremo das Forças Armadas, Ruangroj Mahasaranond, implemente o estado de emergência.

A Tailândia vinha fervilhando com especulações de um golpe. Motoristas ligaram na semana passada para emissoras de rádio depois de verem tanques se movimentando pela capital -- segundo o Exército, era um falso alarme, provocado pela volta de soldados de exercícios.

A eleição geral de outubro foi adiada na semana passada, provavelmente para novembro.

O baht tailandês sofreu queda frente ao dólar imediatamente depois da notícia de que tanques se aproximavam da sede do governo.

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