O ministro da Defesa, Celso Amorim, afirmou ontem, em evento no Rio, que a missão de paz da ONU no Haiti (Minustah) investiga denúncia de que soldados brasileiros teriam espancado jovens haitianos.
O Brasil comanda a força militar no país caribenho, com 2.186 homens de um efetivo total de 12.552.
O caso foi divulgado pela imprensa local e se baseia no relato da ONG RNDDH (Rede Nacional de Defesa dos Direitos Humanos).
A ONG diz ter recebido em 14 de dezembro denúncia de que três haitianos, de 19, 20 e 29 anos, teriam sido "selvagemente agredidos" por brasileiros da Minustah na madrugada anterior. Segundo a ONG, os jovens faziam entregas de água em bairros da capital, Porto Príncipe, quando o caminhão que utilizavam para o transporte quebrou, durante a tarde, na favela Cité Soleil. Após tentativas fracassadas de conserto, teriam decidido ficar de guarda durante a noite.
Ainda de acordo com a ONG, às 3 h, soldados brasileiros da missão em patrulha abordaram os jovens e os prenderam sem motivo. Os soldados os teriam obrigado a esvaziar os bolsos e teriam pego 4.500 gourdes (R$ 210), um telefone celular e as carteiras de identidade dos haitianos.
Os jovens teriam sido conduzidos em seguida a uma escola próxima onde, segundo o relato, foram espancados.
Amorim disse ter tratado do caso em encontro com o comandante da missão, general Luiz Ramos, que estava no Brasil.