O Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) venezuelano ordenou na noite de sexta-feira aos militares controlar parte da propriedade da estação RCTV, restando poucas horas para que saia do ar o canal privado mais crítico ao presidente Hugo Chávez.
Chávez decidiu não renovar a concessão à emissora, acusando-a de "golpista" e de favorecer os interesses da elite econômica venezuelana. Opositores convocaram manifestações no fim de semana para protestar pelo que consideram o "fechamento" do canal, programado para domingo.
"Ordenou-se ao Ministério do Poder Popular para a Defesa garantir os direitos constitucionais das partes envolvidas (...) para o qual deverá custodiar, controlar e vigiar de forma constante o uso de instalações e equipes", estabeleceu a sentença do TSJ em comunicado.
O ministro da Informação, Willian Lara, havia assegurado no início do ano que os bens do canal não seriam apreendidos pela não-renovação do sinal, nem sequer as antenas que lhes permitem transmitir nacionalmente.
O governo mobilizou nesta sexta centenas de funcionários da Guarda Nacional na capital da Venezuela para evitar "possíveis focos de desestabilização".
"A melhor guerra é a que se ganha sem disparar um tiro; tratemos de que assim seja. Mas se nos obrigam, estaremos de joelho em terra dizendo todos, soldados e povo: pátria, socialismo ou morte, venceremos", disse Chávez em um ato para mostrar aviões de combate russos Sukhoi que adquiriu em 2006.
Testemunhas da Reuters reportaram a mobilização de uma grande caravana da Guarda Nacional, que percorria várias vias de Caracas.
O comandante-geral da Guarda Nacional, Marcos Rojas, disse a meios oficiais que durante o fim de semana o trabalho das unidades continuará para garantir a "segurança civil".
Chávez diz que a RCTV está perdendo a concessão por ter apoiado o frustrado golpe de Estado de 2002, por ter incitado manifestações contra o governo e por apresentar telenovelas vulgares.
O canal foi criticado também pelas representações pejorativas que faz dos pobres, o eleitorado cativo que ajudou a reeleger Chávez em dezembro. O presidente pretende substituir a RCTV por um canal comunitário, patrocinado pelo governo.
- Mercosul rejeita pedido de apoio de Chávez a ação contra RCTV
- Venezuela mobiliza Exército antes de fechar TV anti-Chávez
- Chávez ignora resoluções de senadores dos EUA e Parlamento Europeu sobre RCTV
- Deputados europeus censuram medida de Chávez na Venezuela
- Senado dos EUA prepara resolução contra fim de canal venezuelano
- Parlamento europeu debate caso da RCTV venezuelana
Câmara aprova regulamentação de reforma tributária e rejeita parte das mudanças do Senado
Mesmo pagando emendas, governo deve aprovar só parte do pacote fiscal – e desidratado
Como o governo Lula conta com ajuda de Arthur Lira na reta final do ano
PF busca mais indícios contra Braga Netto para implicar Bolsonaro em suposto golpe