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Golpe de Estado

Militares depõem presidente do Gabão após denúncias de fraude em eleição

Opositores ao presidente Ali Bongo comemoram sua derrubada nas ruas de Akanda (Foto: EFE/EPA/STR)

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Pouco mais de um mês depois do ocorrido no Níger, a África foi palco de um novo golpe de Estado nesta quarta-feira (30). Militares do Gabão, país localizado na costa oeste africana, derrubaram o presidente Ali Bongo Ondimba.

Numa mensagem transmitida pela televisão, os militares anunciaram que o presidente, cuja família governava o país há mais de 55 anos (seu pai, Omar Bongo, governou o país de dezembro de 1967 até sua morte, em 2009, e logo depois Ali chegou à presidência), está em prisão domiciliar.

O porta-voz da junta militar informou que o filho do presidente, Nourredin Bongo Valentin, também foi preso, juntamente com outras seis pessoas, por “alta traição”.

Horas antes, a autoridade eleitoral do Gabão havia anunciado que Ali Bongo havia sido reeleito para um terceiro mandato com 64,27% dos votos, eleição que a oposição denunciou como fraudulenta.

Após o golpe de Estado, Ali Bongo pediu ajuda à comunidade internacional em uma mensagem enviada de sua residência, onde está detido.

“Devo enviar uma mensagem a todos os amigos que temos em todo o mundo para lhes pedir que façam barulho, porque estas pessoas prenderam a mim e a minha família”, disse o presidente gabonês em um vídeo postado na rede social X (antigo Twitter).

“Neste momento, estou na minha residência e não me fizeram nada. Não sei o que está acontecendo. Então eu os chamo para fazerem barulho, para fazerem barulho, para fazerem barulho de verdade”, acrescentou Bongo.

O presidente da Comissão da União Africana (UA), Moussa Faki Mahamat, condenou “firmemente” o golpe de Estado no Gabão.

Em um comunicado emitido a partir da sede da UA em Adis Abeba, capital da Etiópia, o presidente da comissão (secretariado) afirmou que acompanha “com grande preocupação a situação” no Gabão e que condena firmemente a tomada do poder pelos militares como forma de resolver a crise pós-eleitoral.

Mahamat destacou que a ação “constitui uma violação flagrante dos instrumentos jurídicos e políticos da União Africana, incluindo a Carta Africana sobre Eleições, Democracia e Governança”.

O diplomata chadiano pediu ao “Exército nacional e às forças de segurança a aderirem rigorosamente à sua vocação republicana, para garantir a integridade física do presidente da República, dos membros da sua família, bem como dos membros de seu governo”.

Por outro lado, o ativista de direitos humanos e ex-senador nigeriano Shehu Sani comemorou o golpe de Estado no X.

“A ditadura de pai para filho no Gabão foi derrubada por golpistas militares. Cinco décadas de governo de uma família não são uma democracia. Isto é o que acontece quando a democracia é sufocada. É triste”, escreveu. (Com Agência EFE)

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