Bangcoc A junta militar da Tailândia emitiu ontem novas ordens para evitar qualquer oposição a seu golpe de Estado, proibindo as atividades políticas em municípios e províncias (estados) em todo o país. Segundo anunciado ontem à noite, pelas redes de tevê, os militares exigem que "todas as organizações detenham suas atividades e suas reuniões até que a situação volte ao normal". Assim, fica proibida qualquer assembléia, não apenas as de cunho político.
Os militares golpistas derrubaram o primeiro-ministro democrático Thaksin Shinawatra em um golpe na semana passada, aproveitando sua ida a Nova Iorque para a 61.ª Assembléia-Geral das Nações Unidas (ONU). Os golpistas já haviam proibido reuniões de partidos e o estabelecimento de novas forças políticas no país. As autoridades militares também pediram aos meios de comunicação para que exercessem a autocensura.
Nome
Também ontem, o porta-voz do Exército, Akara Thiproj, disse que os militares poderiam anunciar ainda nesta semana o nome do primeiro-ministro interino, ao mesmo tempo que um grupo nomeado pela junta militar advertiu que não poupará esforços para descobrir os supostos atos de corrupção do premier derrubado e de seus colaboradores.
Depois de tomar o poder, na terça-feira passada, os golpistas prometeram nomear um primeiro-ministro civil para liderar o governo interino e realizar eleições antes de outubro do próximo ano.
A nomeação de um líder civil para o cargo de primeiro-ministro ajudaria a mitigar algumas das críticas mais severas dos governos ocidentais e dos organismos de direitos humanos. A junta militar que tomou o poder espera também justificar suas ações ao expor os casos de corrupção, ao que parece numerosos, sob o regime de Thaksin.
Investigação
"Devemos investigar urgentemente qualquer caso que cause sério dano ao país", disse Parnthep Klanarongran, o novo chefe da Comissão Nacional de Combate à Corrupção, que deverá analisar cerca de 10 mil casos, incluindo vários que envolvem Thaksin. O trabalho da comissão começa hoje.
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