Dois militares venezuelanos morreram nesta quarta-feira (16) quando o caça em que estavam, um Sukhoi Su-30 MK2 de fabricação russa, caiu momentos depois da decolagem. As vítimas são o general de brigada Virgilio Márquez, que o pilotava, e o capitão Nesmar Salazar, segundo informaram as Forças Armadas da Venezuela em comunicado. Eles viajariam de uma base do estado de Guárico ao leste do país.
O ditador Nicolás Maduro lamentou a morte de ambos e ordenou uma investigação sobre a queda da aeronave. A oposição, porém, colocou Maduro contra a parede. Juan Guaidó disse, no Twitter, que as mortes dos membros das Forças Armadas eram resultado da falta de manutenção das aeronaves.
"É necessário perguntar por quanto tempo a dor e a dor serão constantes na família militar. Quantos oficiais mortos adicionam falhas de manutenção? Hoje, a aviação está sofrendo porque há mais duas vítimas de corrupção e mal-entendidos nas Forças Armadas", escreveu Guaidó.
A Rússia é o principal parceiro militar da Venezuela. No decorrer deste ano, a Rússia enviou vários militares ao país sul-americano sob a justificativa de realizar manutenção dos equipamentos russos comprados pelo regime de Maduro. Em 5 de outubro, as duas nações renovaram os contratos de "apoio e assessoria" em matéria militar e energética.
Trazendo esta parceria para as discussões sobre a morte dos dois militares nesta quarta-feira, a presidente da ONG venezuelana Control Ciudadano, Rocío San Miguel, questionou as falhas que ocorreram no Sukhoi Su-30. Segundo a advogada "não é normal que um avião de combate como o Sukhoi 30, 'em boa manutenção' tenha uma falha no controle de voo no momento da decolagem", ou que o sistema de ejeção falhe, já que "os assentos do Su-30 foram projetadas para serem ejetados com sucesso mesmo em baixa altura".
"As perguntas são: Por que ele não abriu o paraquedas de GB Márquez Morillo? Por que Cap Salazar morreu queimado dentro do avião?", escreveu ela no Twitter.
Um acidente com um Sukhoi Su-30 das Forças Armadas venezuelanas já havia ocorrido em setembro de 2015 na fronteira com a Colômbia, quando morreram dois capitães e a aeronave ficou totalmente destruída.