O minarete da Mesquita dos Omíadas de Aleppo, importante monumento da metrópole do norte da Síria, desabou nesta quarta-feira (24) e, sem que se saiba ao certo o que causou essa destruição. "O minarete da mesquita histórica dos Omíadas, em torno do qual violentos combates têm sido travados durante o mês, desabou nesta quarta-feira", indicou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), sem dar maiores detalhes.
Rebeldes e o regime se acusavam mutuamente pela derrubada do minarete. Segundo a Coalizão Opositora, o minarete foi destruído por disparos de tanques do Exército Sírio. Em um comunicado, ela acusou o regime de "crime contra a civilização".
A Mesquita dos Omíadas está situada na Cidade Velha de Aleppo, classificada de patrimônio mundial da Unesco. Um militante anti-regime em Aleppo afirmou que tinha visto com seus "próprios olhos um tanque do Exército disparar diretamente contra a Mesquita dos Omíadas, principalmente contra o minarete".
"Quando o Exército tomou o controle da mesquita, ela foi totalmente minada. Quando os rebeldes a retomaram, eles desminaram grande parte da área, à exceção do minarete, por causa de um franco-atirador. O obus de um tanque que atingiu o minarete causou a explosão de uma mina", acrescentou esse membro do centro de imprensa rebelde de Aleppo, que se identificou como Zein al-Rifai.
"Os tanques (do Exército) começaram a disparar em direção do minarete até que desabasse", indicou um rebelde em um vídeo divulgado na internet nesta quarta. Ele negou a presença de franco-atiradores rebeldes no minarete. "Temíamos que o minarete fosse atingido", disse.A rede de televisão do Estado indicou que combatentes da Frente jihadista Al-Nusra "explodiram o minarete da mesquita de Aleppo e depois filmaram (...) para, em seguida, atribuir (a destruição) ao Exército sírio".
Nenhum vídeo mostrando o momento do desabamento da mesquita estava disponível até o momento. "Pode ser que o minarete tenha desabado em razão da violência dos combates dos últimos meses", indicou Rami Abdel Rahman, diretor do OSDH.
No dia 28 de fevereiro, os rebeldes se apoderaram da mesquita construída no século oito, e depois reconstruída no século 13.
A mesquita, também conhecida como Grande Mesquita de Aleppo, já havia sofrido importantes danos em 2012 após combates entre rebeldes e soldados.Três mechas de cabelo e um pedaço de dente que, segundo a tradição, pertenceram ao profeta Maomé, foram destruídos. Além da impressionante arquitetura do local, as relíquias eram uma das principais atrações do lugar sagrado.
Rebeldes da Cidade Velha afirmaram que mantinham manuscritos históricos do Alcorão a salvo "em um local seguro".