O grupo sul-africano Gold Fields anunciou na terça-feira (23) a demissão de 8,5 mil trabalhadores em greve da mina de ouro de KDC East, último reduto da greve situado no sudoeste de Johannesburgo, por ignorar o ultimato da empresa de retorno ao trabalho.
"Nenhuma das 8,5 mil pessoas que estavam em greve voltaram (...), por isso, enviamos cartas de demissão a todos", disse Sven Lusche, porta-voz do grupo.
Os mineiros têm agora 24 horas para apelar da decisão da empresa, a quarta maior produtora de ouro do mundo.
A mina KDC East, que emprega 12,5 mil pessoas, está paralisada desde o dia 14 de outubro por uma greve de mineiros que pedem aumentos salariais e protestam contra as estruturas locais do Sindicato Nacional de Mineiros (NUM), o sindicato majoritário aliado ao poder.
Na mina vizinha KDC West, que estava em greve desde 9 de setembro, a direção conseguiu, na quinta-feira, a volta ao trabalho de 90% do pessoal com um ultimato similar.
Apenas 1,5 mil mineiros da KDC West que não se apresentaram receberam uma notificação de demissão. Entre eles, centenas apelaram da decisão e recuperaram o posto de trabalho no fim de semana, disse Lusche.
A Gold Fields, que em meados de outubro tinha 25 mil trabalhadores em greve, também conseguiu pôr fim a um conflito similar na mina Beatrix (centro) com a mesma ameaça. Desde então, seus concorrentes AngolGold Ashanti e Harmony, os números três e cinco do setor no mundo, utilizaram a estratégia.
A Gold Fields emprega cerca de 36 mil pessoas na África do Sul.