O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, confirmou no início da noite desta quinta-feira (7) que há quatro casos de influenza A no Brasil. São os primeiros registros confirmados da nova gripe no país.
Os quatro casos confirmados são de brasileiros adultos jovens todos teriam contraído a doença no exterior. Dois casos são de São Paulo, um do Rio de Janeiro e outro de Minas Gerais.
Três dos casos confirmados são de pessoas que estiveram recentemente no México; o outro, é de uma pessoa que esteve no Estados Unidos. Temporão disse que todos passam bem.
Um dos casos de São Paulo é de um jovem que esteve no México entre os dias 17 e 22 de abril e manifestou os sintomas da nova gripe no dia 24. Segundo Temporão, ele ficou internado entre 29 de abril e 4 de maio e não corre mais o risco de infectar outras pessoas, pois já passou o maior período de transmissibilidade do vírus, que é de dez dias.
O outro caso de São Paulo é de um paciente que chegou da Flórida, nos Estados Unidos, no dia 28 de abril. Começou a manifestar os sintomas no dia seguinte, mas não foi internado porque, de acordo com a OMS, a Flórida não era considerada área afetada pelo influenza A. Mesmo assim, após a suspeita, ele foi mantido em isolamento domiciliar e, segundo o ministério, nenhum de seus familiares manifestou sintomas da doença.
O caso confirmado de Minas Gerais é de um paciente que esteve no México entre 22 e 27 de abril e manifestou os sintomas ainda no exterior, no dia 26. Segundo o ministro, ele foi internado tão logo desembarcou no Brasil e permaneceu em isolamento domiciliar até 6 de maio. Também não corre o risco de infectar outras pessoas.
Já o quarto confirmado é um paciente do Rio de Janeiro que esteve no México e retornou ao Brasil no dia 3 de maio. Ele apresentou os sintomas ainda no exterior, no dia 2, e está internado desde o dia 5. Esse está em uma fase da doença em que ainda pode transmitir o vírus.
Questionado se há a necessidade do uso de máscaras após a confirmação dos primeiros casos no país, Temporão descartou a hipótese. "Não existe o menor sentido, se o vírus não está circulando. É momento de confiar nas autoridades, na saúde pública brasileira", afirmou.
Segundo ele, o Brasil está preparado para tratar até 12,5 mil pacientes e tem condições de produzir medicamento para o tratamento de até 9 milhões de pessoas, caso necessário.
Vigilância atenta
Segundo o ministro, o anúncio dos casos "confirmados laboratorialmente" mostram que os "sistemas de vigilância e monitoramento estão funcionando". "Não há evidências, por enquanto, de que o vírus tenha atingido outras pessoas. Ou seja, o vírus não circula no Brasil", disse Temporão.
Temporão afirmou ainda que a situação está sob controle, pelo fato de nenhum caso ter sido até então contraído em território brasileiro. "Desde o alerta da OMS, feito no dia 25 de abril, o governo federal, por meio do Ministério da Saúde, vem mantendo total transparência sobre o assunto", declarou.
Ele lembrou que na quarta (6), o país recebeu os kits que permitem detectar se o paciente tem ou não o vírus H1N1. Segundo ele, os três laboratórios referência do Brasil haviam pedido prazo de 72 horas para confirmar possíveis casos. No entanto, "como tiveram tempo para fazer todos os preparativos de forma antecipada, os primeiros resultados saíram mais rapidos que o previstos".
Casos suspeitos
Segundo o Ministério da Saúde, dos 24 suspeitos suspeitos anunciados nesta quinta-feira, quatro foram confirmados, cinco descartados e outros 15 continuam sendo investigados os resultados devem ser anunciados nesta sexta.
Procedimentos
De acordo com o novo protocolo de procedimentos divulgado nesta quinta pelo Ministério da Saúde, é considerado caso provável "o paciente que tem confirmação laboratorial de infecção pelo vírus Influenza A, porém sem resultados laboratoriais conclusivos quanto à infecção por vírus de influenza sazonal".
Também podem ser enquadrados como casos prováveis indivíduos com diagnóstico compatível ao H1N1 ou com morte decorrente de infecção respiratória aguda indeterminada e que tenham vínculo epidemiológico com outro caso provável ou confirmado da nova gripe.
Já os casos confirmados serão apontados somente no caso da constatação de infecção pelo vírus Influenza A, confirmado por um laboratório de referência.
Registros no mundo
O número de contaminados pela nova gripe em todo o mundo chegava a 2.371 às 18h GMT (15h de Brasília), segundo balanço da Organização Mundial da Saúde (OMS). Doze horas antes, o número de casos chegava a 2.099.
O ministério já descartou 110 notificações como possíveis casos de influenza A 93 dos casos, suspeitos ou monitorados, deram negativo em testes de laboratório. Outros casos foram descartados sem a necessidade de exames.
O México, país em que surgiu a epidemia, reportou 1.112 casos confirmados, com 42 mortes. Nos EUA, houve 896 casos confirmados em laboratório, com duas mortes, ambas no Texas.
Também foram confirmados casos nos seguintes países: Áustria (1), Canadá (201), Hong Kong (1), Colômbia (1), Costa Rica (1), Dinamarca (1), El Salvador (2), França (5), Alemanha (10), Guatemala (1), Irlanda (1), Israel (6), Itália (5), Holanda (2), Nova Zelândia (5), Polônia (1), Portugal (1), Coreia do Sul (3), Espanha (81), Suécia (1), Suíça (1) e Reino Unido (32, sendo 2 na Escócia e 30 na Inglaterra).
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
Quem são os indiciados pela Polícia Federal por tentativa de golpe de Estado
Bolsonaro indiciado, a Operação Contragolpe e o debate da anistia; ouça o podcast
Seis problemas jurídicos da operação “Contragolpe”
Deixe sua opinião