O Ministério Público da Venezuela acusou nesta quarta-feira (4) cinco policiais do estado de Carabobo da morte de 68 pessoas em um incêndio ocorrido há uma semana na carceragem da sede da força em Valencia (a 167 km de Caracas).
O subdiretor da polícia, José Luis Rodríguez, e os policiais José Antonio Loaiza, Aníbal Padrón, José Colina e Sergio Rodríguez estão presos. As imputações foram anunciadas aos presos em audiência na noite de terça (3).
Os dois primeiros responderão por homicídio com dolo eventual e omissão de socorro. Eles ainda são processados por permitirem armas e munição na cadeia e por corrupção passiva, assim como os três últimos.
Segundo os promotores, os policiais cobravam dinheiro dos presos para liberarem o pernoite de mulheres na cadeia e outras violações -entre os mortos, havia duas mulheres que estavam na cadeia fora do horário de visitas.
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O incêndio começou por volta das 4h. Segundo a ONG Uma Janela para a Liberdade, que monitora prisões do país, os presos atearam fogo em colchões durante uma rebelião, na qual haviam rendido um dos carcereiros.
A entidade afirma que os policiais se negaram a abrir as celas para que os detentos fugissem e, por isso, bombeiros tiveram que abrir um buraco no prédio para resgatá-los. A maioria das vítimas morreu carbonizada.
Familiares, porém, acusam os agentes de terem assassinado alguns dos presos, baleados ou incendiando-os com gasolina. O governo estadual de Carabobo, partidário do ditador Nicolás Maduro, nega as acusações.
O regime, no entanto, se desvinculou da responsabilidade na tragédia -atribuindo-a às autoridades locais, embora tenha anunciado que reparará as famílias das vítimas da tragédia, sem dizer de que forma isso será feito.
A ONG culpa o regime, indicando que, para ela, a causa da tragédia foi a superlotação da carceragem, que era de detenção provisória, mas abrigava presos no local há meses e tinha três vezes mais pessoas que sua capacidade.
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