O Ministério Público do Chile abriu uma investigação sobre uma denúncia relativa ao Ministério da Habitação e Urbanismo do governo do presidente Gabriel Boric.
Segundo informações do jornal El País, a regional da pasta na região de Antofagasta, no norte do Chile, direcionou 426 milhões de pesos (cerca de R$ 2,5 milhões) para uma fundação chamada Democracia Viva, supostamente para ajuda a assentamentos precários.
A regional do Ministério da Habitação e Urbanismo em Antofagasta era comandada por Carlos Contreras, do partido Revolução Democrática (RD), integrante da coalizão de esquerda de Boric.
Contreras já foi assessor da deputada Catalina Pérez, também do RD. A questão é que a Fundação Democracia Viva é presidida por Daniel Andrade, marido da deputada e que exerceu cargos no governo Boric nos ministérios de Obras Públicas e Defesa.
A oposição chilena pede que sejam investigados eventuais fraudes fiscais e tráfico de influência. Contreras renunciou ao seu cargo na regional do Ministério da Habitação e Urbanismo em Antofagasta na semana retrasada. Já Catalina Pérez deixou a vice-presidência da Câmara do Chile em razão do escândalo, enquanto seu marido saiu do governo.
No fim de semana, Boric disse, a respeito do caso, que não põe “a mão no fogo por ninguém” e que seu governo está colaborando com as investigações.
“Quero dar o sinal de que aqui não vai haver nenhum tipo de defesa corporativa para ninguém e que os padrões que no passado tínhamos, para julgar e criticar nossos adversários em casos que estavam em desacordo com a fé pública, temos de aplicar a nós mesmos”, afirmou o presidente.