Desde abril, o opositor de Maduro, Juan Guaidó, segue exilado nos Estados Unidos| Foto: EFE/ Miguel Gutiérrez
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O procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, anunciou nesta quinta-feira (5) que o Ministério Público emitiu uma ordem de prisão contra o ex-presidente do Parlamento Juan Guaidó, exilado nos Estados Unidos desde abril, a quem acusa de vários crimes, incluindo lavagem de dinheiro.

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Em uma declaração a jornalistas, Saab afirmou que, além da emissão do mandado de prisão, três promotores nomeados para o caso farão "o respectivo pedido de alerta vermelho à Interpol para que ele pague por esses crimes".

Guaidó, líder da oposição à ditadura de Nicolás Maduro e que presidiu o chamado "governo interino" da Venezuela, reconhecido pelos Estados Unidos e outros países entre janeiro de 2019 e o final de 2022, é acusado ainda de traição, usurpação de funções, lucrar ou desviar dinheiro, títulos ou patrimônio público e associação para cometer crimes.

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"Usando a figura de um governo fictício, ele causou perdas ao Estado venezuelano", disse Saab, que estima em USS$ 19 bilhões (R$ 99 bilhões) o montante desviado pelo antichavista.

O procurador citou uma "sentença" de um tribunal nos EUA que, segundo ele, indica que o ex-deputado "acessou ativos das subsidiárias da (empresa estatal de petróleo) PDVSA nos Estados Unidos e os usou para se financiar".

Por esse motivo, Saab afirmou que "a cooperação criminal internacional fará com que Guaidó seja entregue à Venezuela".

O Ministério Público abriu 23 investigações contra o opositor de Maduro por supostos crimes cometidos no "governo interino" e cinco outros casos relacionados a uma empresa venezuelana na Colômbia, mas nunca havia abordado um mandado de prisão contra ele, até esta quinta-feira (5).

Embora o oposicionista não tenha respondido diretamente a essas acusações, ele compartilhou nas redes sociais um artigo que fala sobre a "defesa" da Citgo, uma subsidiária da PDVSA nos EUA, durante seu período no governo interino.

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O anúncio de ordem de prisão contra o ex-presidente do Parlamento ocorre a dias após ele acusar o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela, órgão responsável por realizar e fiscalizar as eleições no país, de tentativa de sabotagem nas primárias da oposição.

“Definam os centros de votação, respeitem a data e não sabotem, simples assim. Qualquer outra coisa neste anúncio de um CNE sequestrado pela ditadura apenas visa sabotar e 'colocar moscas na sopa' das primárias”, escreveu Guaidó na rede social X (antigo Twitter).

No próximo dia 22, a oposição à ditadura de Nicolás Maduro realiza eleições que vão definir quem vai concorrer ao mandato presidencial em 2024. A favorita na corrida eleitoral é María Corina Machado, que atualmente se encontra inelegível a disputar cargos públicos, mas não desistiu de continuar a campanha pelo país em busca de apoio político e popular. (Com agência EFE)

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]