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Uma ministra egípcia acusou os Estados Unidos de financiarem organizações não governamentais, criando um estado de caos prolongado depois de um levante popular contra Hosni Mubarak, disse a imprensa oficial nesta segunda-feira (13).

A ministra de Cooperação Internacional Fayza Abul Naga, que participa de uma investigação judicial contra 44 ativistas, incluindo 19 americanos, fez a acusação em declarações a juízes.

Abul Naga, uma das poucas ministras que atuou durante o governo do presidente Mubarak, acrescentou que os Estados Unidos e Israel queriam desviar o levante egípcio para servir a seus próprios interesses.

"O levante do dia 25 de janeiro foi uma surpresa para os Estados Unidos, e escapou do seu controle quando se transformou em uma revolução popular", disse a ministra, segundo a agência Mena.

"Então os Estados Unidos decidiram empregar todos os seus recursos e instrumentos para conter a situação e conduzi-la em um sentido que servisse aos interesses americanos e também israelenses", acrescentou.

"Os Estados Unidos e Israel não podiam criar um estado de caos e trabalhar para mantê-lo no Egito, por isso financiaram diretamente organizações, em especial americanas, como uma maneira de alcançar esses objetivos", acrescentou a ministra, citada pela Mena.

A agência acrescentou que, segundo as conclusões de uma investigação judicial sobre as ONGs, os Estados Unidos desviaram uma ajuda prometida para infraestruturas às organizações não governamentais.

Segundo um dos magistrados encarregados do caso, Sameh Abu Zeid, essas associações são acusadas de terem atuado "sem autorização" para realizar "atividades puramente políticas sem relação com um trabalho com a sociedade civil".

O julgamento pendente contra 44 ativistas, entre eles 19 americanos acusados de financiamento ilegal de ONG, aprofundou as diferenças entre estes dois aliados tradicionais. O Departamento de Estado norte-americano alertou que processar membros da ONG poderia pôr em perigo a ajuda ao Egito.

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