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Pela segunda vez em menos de um mês, um integrante da gestão do presidente socialista do governo da Espanha, Pedro Sánchez, criticou o mandatário da Argentina, Javier Milei.
Segundo informações do jornal Clarín, após o ministro dos Transportes da Espanha, Óscar Puente, agora foi a vez da ministra da Ciência, Inovação e Universidades, Diana Morant.
“Sabemos qual é o modelo do nosso país, que promove direitos, liberdades e reforça a democracia. Existe um modelo muito diferente do nosso, o do negacionismo da ciência, das mudanças climáticas, da violência contra as mulheres e da memória. Está intimamente ligado à extrema direita, não só no nosso país. E um dos exemplos desse modelo é Milei, que ataca a própria democracia”, afirmou Morant.
“Essa exibição da extrema direita em nosso país por parte de Milei é justamente o que vamos combater”, disse Morant, em referência às eleições para o Parlamento europeu, em junho. Milei fará uma visita à Espanha a partir desta quinta-feira (16), quando participará de um evento do partido de direita Vox.
Há algumas semanas, Óscar Puente havia dito num evento do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) que “há pessoas muito más” sendo eleitas para cargos importantes e citou o ex-presidente americano Donald Trump (2017-2021) e Milei, a quem acusou de “ingerir substâncias”.
O governo da Argentina respondeu com uma nota, na qual repudiou “as calúnias e insultos” proferidos por Puente, citou recente investigação contra a esposa de Sánchez, Begoña Gómez, e acusou o presidente socialista de optar por um modelo de gestão que só traz “miséria e decadência”.
Depois, Puente disse ter cometido um erro, mas não pediu exatamente desculpas a Milei. “Se eu tivesse a menor noção, e esse talvez tenha sido o meu maior erro, de que [a declaração] teria se tornado tão viral e tido a repercussão que teve, não teria dito o que disse”, afirmou, em entrevista coletiva. O governo Milei ainda não se pronunciou sobre as declarações de Morant.