O ministro das Universidades da Grã-Bretanha, David Willetts, viajou ontem para as Ilhas Malvinas, onde deverá se reunir hoje com autoridades e militares. A revelação foi feita pelo jornal The Times. A presença de Willetts no arquipélago ocorre em um momento de forte tensão entre seu país e a Argentina pela disputa da soberania das ilhas, reivindicada pelo país sul-americano.
O ministro espera se reunir com o governador das ilhas, Nigel Haywood, para abordar assuntos relacionados à educação, e com militares na base de Mount Pleasant. Depois da visita às ilhas, chamadas de Falkland pelos britânicos, Willetts irá à Antártida para avaliar o investimento em pesquisa científica no continente branco, onde seu país mantém uma base.
Antes de embarcar, Willetts declarou ao The Times que seu país defende o direito dos habitantes das Malvinas de decidir seu futuro. "O que importa é o direito de autodeterminação da população das Falklands (como os britânicos chamam as ilhas). Eles deixaram bem claro que querem ser britânicos, e isto deveria ser visto como parte dos vínculos históricos da Grã-Bretanha com o Atlântico Sul e a Antártida", afirmou.
Em março será a vez de deputados do Reino Unido visitarem as Malvinas. Será a primeira viagem de membros da Comissão de Defesa da Câmara dos Comuns às ilhas desde 1999.
Boicote
Na Argentina, os sindicatos de transporte disseram que um boicote que está sendo planejado a embarcações britânicas de carga em rejeição à "militarização" das Ilhas Malvinas será "letal".
"É um boicote, não uma greve. Vamos trabalhar, mas vamos selecionar a carga para atrasar por 12 horas. O que fazemos a eles é letal, porque perdem a hora em outros portos e demoram vários dias para regressar", disse o chefe do Sindicato de Trabalhadores Marítimos Unidos (portuários), Enrique Suárez.