O ministro de Governo da Bolívia, Carlos Romero, anunciou ontem que atenderá aos protestos por melhores salários de milhares de policiais de baixa patente.
Cerca de 300 desses ocuparam e depredaram a sede da Inteligência e Tribunal Disciplinar da instituição, que fica a uma quadra de distância do gabinete do presidente Evo Morales.
Outras 20 delegacias também foram tomadas por motins em todo o país.
Romero disse aceitar o aumento salarial da classe para 2.000 bolivianos (cerca de R$ 600, que implica um aumento de 50%), mas não fez menção a outras reivindicações, como o fim da proibição de emitir opinião pública.
Atualmente, o salário dos 28 mil policiais desta categoria equivale a R$ 400.
Apesar das negociações, a associação dos bancos privados da Bolívia sugeriu ontem o fechamento das agências por falta de segurança.
O presidente Evo Morales estava em seu gabinete durante os incidentes, realizando uma reunião com um sindicato de mineradores privados, já que o conflito policial estava sob a atenção do ministro do Interior, Carlos Romero.
As portas do palácio presidencial passaram o dia fechadas e em seu interior a segurança estava a cargo de militares fortemente armados, mas não houve nenhuma reação oficial sobre os graves incidentes.
A violência em La Paz começou cedo ontem, quando cerca de 200 policiais, à paisana e com os rostos cobertos, atacaram com fúria a Direção Nacional de Inteligência.