O cessar-fogo entre Israel e Hamas, após uma escalada de agressões entre domingo e terça-feira, gerou uma crise política para o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, que culminou com a renúncia do ministro da Defesa, Avigdor Liberman, nesta quarta-feira (14).
Em sua saída, Liberman criticou o chefe de Israel por “ceder ao terror” e pediu eleições antecipadas para a formação de um novo governo, que segundo ele, podem ter um data a partir de domingo.
“O que aconteceu ontem com o cessar-fogo com o Hamas foi uma rendição ao terror. Não há outra palavra para isso. Estamos comprando calma a curto prazo para danos a longo prazo à segurança”, disse Liberman em uma coletiva de imprensa ao anunciar sua renúncia.
“Nossa resposta foi fraca e fraca, para dizer o mínimo”, afirmou, referindo-se aos mais de 400 morteiros e foguetes lançados de Gaza contra território israelense na terça-feira (13), o pior ataque desde que o Hamas começou a controlar a Faixa de Gaza, em meados de 2014.
Ele também contou aos repórteres que há semanas vem discordando de Netanyahu sobre como lidar com as tensões no enclave palestino, como em relação à permissão da entrada de recursos do Catar para a Faixa de Gaza.
Líderes da oposição fizeram coro às críticas de Liberman. O presidente do partido União Sionista, Avi Gabbay, disse ao Times of Israel que o primeiro-ministro também deveria renunciar e criticou a falta de segurança dos moradores do sul de Israel.
De acordo com o jornal israelense Haaretz, Liberman também afirmou que todos os membros de seu partido, o Yisrael Beitenu, vão deixar a coalizão, o que ainda deixa Netanyahu com a maioria do legislativo: 61 das 120 cadeiras. Outro aliado governista, o Lar Judaico, está pressionando o primeiro-ministro para obter o cargo vago, ameaçando deixar a coalizão caso isso não ocorra, de acordo com informações de jornais locais.
O Hamas comemorou a saída de Liberman como uma vitória para o grupo. O porta-voz do Hamas, Sami Abu Zuhri, afirmou que este é um “reconhecimento de sua derrota [de Israel] pelas mãos da resistência palestina”.
Netayahu ainda não comentou a renúncia de seu ministro.
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