Israel está pronto para ceder partes de Jerusalém aos palestinos como parte de um acordo de paz, disse nesta quarta-feira o ministro da Defesa de Israel, Ehud Barak, horas antes do início de conversações diretas entre as duas partes, em Washington.
Jerusalém --questão central do conflito palestino-israelense-- estaria em um "regime especial" para administrar os lugares sagrados da cidade, disse Barak em uma entrevista ao diário israelense Haaretz.
Barak declarou que a morte de quatro colonos judeus em um ataque a tiros na terça-feira em Hebron, na Cisjordânia, não deve deter o início das conversações de paz.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, se reunirá nesta quarta-feira na Casa Branca com o presidente palestino, Mahmoud Abbas, para as primeiras conversações diretas. Netanyahu expressou publicamente em outras ocasiões sua objeção à divisão da cidade.
A revelação de Barak poderia indicar que o governo de Netanyahu tem interesse em fazer concessões sobre Jerusalém, incluindo na parte murada da cidade, onde fica a Mesquita al-Aqsa, terceiro mais importante santuário do islamismo. A área da mesquita faz divisa com o Muro das Lamentações, remanescente dos antigos templos judaicos e hoje local de oração.
"Jerusalém Ocidental e 12 bairros judaicos que abrigam 200 mil pessoas serão nossos. Os bairros árabes, nos quais vivem cerca de 250 mil palestinos, serão deles", disse Barak, que ajudou nos trabalhos de preparação para a cúpula, patrocinada pelos EUA.
Israel conquistou na guerra de 1967 a parte oriental de Jerusalém, que estava sob controle da Jordânia, e depois a anexou, numa ação não reconhecida internacionalmente.
Os palestinos querem que Jerusalém Oriental seja a capital do Estado que desejam fundar na Cisjordânia e na Faixa de Gaza.